Quem nunca ouviu a frase: "fulano está estressado"? Mas o que realmente significa o estresse no trabalho? Com o mundo do trabalho atual cada vez mais competitivo estão surgindo cada vez mais pessoas com a saúde mental comprometida em virtude do trabalho. Não é raro vermos as relações entre os colegas de trabalho quebradas, em nome da concorrência de todos contra todos, para preservar o trabalho ou mesmo o emprego que está cada vez mais escasso. Em tempo de pandemia então, se agravou muito o aumento de casos.
Muitas vezes, o assunto estresse relacionado ao trabalho pode parecer um assunto novo, mas não é a realidade. O que acontece agora é que ele está ganhando cada vez mais protagonismo, assim como os estudos com relação aos riscos psicossociais.
Desde 1984, ou seja, há quase 40 anos, a OIT - Organização Internacional do Trabalho e a OMS - Organização Mundial de Saúde evidenciam a importância dos fatores psicossociais e sua influência no desencadeamento do estresse relacionado ao trabalho no local de trabalho.
Mas, afinal, o que é fatores psicossociais?
De acordo com a OIT (1986), os fatores psicossociais no trabalho são definidos como "as interações entre o trabalho, seu meio ambiente, a satisfação no trabalho e as condições de organização, suas necessidades, sua cultura, sua situação pessoal fora do trabalho, por percepção e experiências que pode influir na saúde, rendimento e na sua satisfação no trabalho."
A própria OIT, no ano de 2016, produziu um informe intitulado "Estresse no Trabalho. Um Desafio Coletivo", que sublinha as seguintes questões:
. Altos níveis de competitividade mundial;
. Demissões em massa;
. Redução das oportunidades de emprego;
. Aumento do temor pela perda do emprego;
. Desenvolvimento permanente de novas competências;
. Elevadas expectativas de desempenho;
. Jornadas de trabalho ampliadas, alongadas;
. Aumento da pressão para satisfazer as exigências da vida laboral moderna;
. Ritmo de trabalho marcado por comunicação e tempo real, instantâneas;
. Aumento de precarização do trabalho;
. Reduzida estabilidade financeira ou permanente em risco;
. Maior dificuldade para separar a vida profissional da vida pessoal.
E quais as consequências do estresse laboral? É importante sabermos já que os riscos psicossociais agem como agentes "estressores", ou seja implicam em grandes exigências no trabalho, combinadas com recursos insuficientes para o enfretamento das mesmas.
Assim, podem causar danos psicológicos:
. Diminuição da motivação para o trabalho;
. Irritabilidade;
. Estresse;
.Burn-out;
As consequências negativas nas organizações:
. Diminuição do rendimento do trabalhador;
. Absenteísmo/Presenteísmo: O primeiro é a falta, o segundo o trabalhador comparece para o trabalho, mas está incapacitado para exercer o seu trabalho, ou seja, está presente somente de "corpo", vamos assim dizer.
. Acidentes do Trabalho;
. Rotatividade;
. Aumento de custos diretos e indiretos;
. Deteriorização da imagem institucional: o trabalhador de certa forma ao conversar com as pessoas só ressalta os pontos negativos;
. Mal ambiente psicológico nos locais de trabalho;
. Aumento de situações de conflito.
Portanto, além dos problemas de saúde mental, os trabalhadores afetados pelo estresse prolongado podem acabar por desenvolver graves problemas de saúde física, como doenças cardiovasculares ou lesões músculo-esqueléticas (assunto para um próximo artigo).
O estresse laboral pode gerar afastamento previdenciário, caso o trabalhador esteja incapacitado para exercer sua atividade laboral bem como comprovado o nexo de causa ou concausa com o trabalho, gerar indenização contra o empregador.