A República Popular da China vai enviar, neste mês de junho, à nova estação espacial chinesa uma tripulação composta por três astronautas. É uma missão de três meses onde estão previstas saídas extraveiculares, manutenção e preparação do equipamento orbital, bem como experiências científicas.
A informação foi divulgada na televisão estatal chinesa pelo representante do programa espacial tripulado, Yang Liwei. O anúncio foi feito depois de a China ter lançado um segundo módulo espacial automatizada com combustível e suprimentos para a estação Tianhe ("Harmonia Celestial", em português), que irá acoplar ao primeiro em órbita desde 29 de abril.
A nova estação espacial é a terceira e a maior lançada pelo programa espacial da China, depois de, em 2011, o país ter enviado um primeiro módulo, o Tiagong 1, e cinco anos depois um segundo módulo (Tiangong 2), uma estação primária, tripulada não permanentemente, que esteve em operação até abril de 2018.
Com mais módulos e maior durabilidade, a nova estação vai receber a primeira tripulação já no mês que vem por meio da cápsula Shenzhou 12. A tripulação vai partir da base de Jiuquan, no noroeste da China, disse o antigo astronauta Yang à televisão estatal chinesa CCTV.
Yang, que orbitou a Terra em 2003, não falou sobre a identidade dos astronautas ou a data exata de partida e disse que a tripulação foi escolhida entre os dois primeiros grupos de astronautas do programa espacial. Questionado se mulheres vão integrar a tripulação, Yang disse que não, mas que "futuras missões sim".
A nave Tianzhou-2, que atracou em Tianhe nesse domingo, transportou 6,8 toneladas de carga, incluindo equipamentos espaciais, alimentos e combustível para a estação. A agência espacial chinesa planeja um total de 11 lançamentos até o fim do próximo ano, para entregar mais dois módulos, suprimentos e transportar os membros da tripulação.
A China já enviou 11 astronautas, incluindo duas mulheres, ao espaço, começando com o voo realizado por Yang em outubro de 2003. A primeira astronauta foi Liu Yang, em 2012.
Pequim não participa da Estação Espacial Internacional, principalmente devido às objeções dos Estados Unidos. Washington desconfia da opacidade do programa chinês e das ligações às Forças Armadas. Até agora, todos os astronautas da China são ex-pilotos do Exército de Libertação Popular.