E-commerce cresce 35% em período de pandemia, informa a ABComm

Especialista explica que alta se dá devido ao isolamento social


Comprar pela internet era um assunto quase proibido para muitos, até que chegou o isolamento social por conta da pandemia. E quem experimentou navegar pelas águas antes insondáveis do e-commerce, hoje vem mergulhando quase que diariamente. 

O comércio eletrônico no Brasil traz em seu histórico um crescimento constante e estável, mesmo em períodos anteriores de crise econômica. Essa análise indica evolução sólida e suas projeções estimam um futuro ainda mais promissor para os anos vindouros.

Em meio a um cenário de confinamento, os hábitos de consumo estão se transformando e um dos setores que mais têm se beneficiado é, sem dúvidas, o comércio eletrônico. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), na primeira quinzena de março houve um aumento de cerca de 35% nas compras on-line, se comparado com o mesmo período de 2019.

Com o distanciamento social, muitas pessoas estão ficando mais tempo em casa e explorando oportunidades oferecidas pelo e-commerce. Para não sair e aumentar o risco de contágio, muitas delas estão preferindo fazer desde as compras de produtos básicos (como alimentos e artigos de higiene) até brinquedos, roupas e acessórios pela internet.

''As lojas virtuais que podem sair ganhando são aquelas que já faziam um trabalho de marketing eficiente. Em tempos de pandemia, elas podem fazer promoções para manter ou aumentar o fluxo de caixa, o que é fundamental para atravessar a crise'', diz o professor de Gestão do E-Commerce e Sistemas Logísticos do Centro Universitário Internacional Uninter, Luciano Furtado Francisco.De acordo com ele, quem sai na frente é a loja que já tem familiaridade com vendas on-line.

Segundo Francisco, grande parte desse aumento se deve ao isolamento social. Muitas pessoas que não tinham o hábito de comprar on-line, ou o faziam ocasionalmente, tornaram-se consumidores digitais mais regulares, especialmente no setor alimentício e de entretenimento. "Os aplicativos de ,delivery,, por exemplo, vêm experimentando um grande crescimento desde o fim de março deste ano'', afirma.

Além dos alimentos, um estudo da empresa de inteligência de mercado Compre e Confie, mostrou que as vendas virtuais de produtos de saúde aumentaram 124%.

O outro lado - Apesar de todo esse crescimento, o ticket médio não é um dos melhores no momento para o e-commerce. ''Embora as vendas tenham aumentado em vários setores, o ticket-médio caiu, já que os produtos são de menor valor'', diz o especialista.