Neste último final de semana em família, fomos ao cinema pra assistir o Planeta dos Macacos, O Confronto, do produtor Dylan Clark e direção de Matt Reeves.
Pra mim particularmente que já havia assistido tudo de Planeta dos Macacos que já se apresentara por aqui, na TV e cinema, e gosto muito, achei o máximo, e ouso a dizer o melhor de todos, e posso falar, pois é uma opinião minha.
Fiquem tranquilos, não vou ter a pretensão de bancar crítico de cinema, nem de longe, embora ficasse impressionado pelos detalhes do filme: imagem, fotografia, áudio, trilha sonora, roteiro, etc. Nada mais marcante que as expressões faciais, o olhar, do ator Andy Serkis que interpretou o personagem César.
Os diálogos são marcantes e algumas palavras e frases chamaram atenção durante a trama, dentre elas: lar, família, futuro, tem de haver opção, juntos somos fortes, não queremos o mal, não queremos a guerra, etc.
Interessante que se observa dois pais de família, um humano (Malcolm) e um macaco (César), tentando se organizar, conduzir conflitos, pessoas (que mais pareciam macacos) e macacos (que mais pareciam pessoas), para evitarem o confronto, a guerra. Dos dois lados, percebe-se o desejo da paz, e a loucura pela guerra. Interessante que os personagens tanto da paz, quanto da guerra tinham perdidos entes queridos, tinham se ferido em todos os aspectos, pois, “atravessaram o inferno juntos”. É o relato da nossa humanidade, uns lutando para serem humanos, outros se entregando e se tornando animais.
A vida dos heróis não foi fácil, especialmente a de César, que além de liderar toda uma comunidade de macacos, orientá-los, organizá-los, tem de se manter equilibrado e atento ás necessidades de sua família: mulher dando a luz em parto complicado, doente com risco de vida e mais um filho adolescente, rebelde, criando situações complicadas, querendo se rebelar, conduzir sua vida, onde César teve de se mostrar sua força, sabedoria e amor de pai para conduzir os fatos.
O filme deixa uma reflexão, ou evoluímos e nos tornamos humanos, a partir da racionalidade, do controle de nossos impulsos e pulsões, ou nos entregamos aos animais que existem dentro de nós, e vamos perdendo o que temos de mais riqueza, a família, as relações humanas.
César luta o tempo todo, não somente por sua família, mas pelo conceito de que a sociedade deve ser como uma grande família: “juntos somos fortes”, e que pra isso é preciso muitas vezes retroceder para continuar a caminhar pra frente. Lar, família, vida em sociedade sem diferenças, sem rotular os demais, especialmente os que achamos que sejam “diferentes”, este o roteiro que devemos seguir, sem restrições.
César é também modelo de pai, não ensina ou exorta apenas, mas faz de seus atos um exemplo a ser seguido, é ser de poucas palavras, mas atos coerentes, percebe, orienta que não há como ter paz, harmonia em nossa família, se não nos organizamos e lutamos, pela paz e harmonia na sociedade, a nossa volta. É responsável por suas ações.
Identifiquei com César e gostaria um dia de chegar a seu equilíbrio, especialmente, como pai de família, forte e sábio para conduzir os conflitos. Infelizmente ás vezes, aproveitamos uma faísca pra lançar toda gasolina de frustração que temos e causar um grande incêndio somente pra chamar atenção. César de poucas palavras, muita expressão e ação, é daqueles que olha nos olhos, corrige quando é preciso, perdoa a fraqueza alheia e luta por aquilo que acredita, mas respeitando todos à sua volta, especialmente os “diferentes”. Não são os filhos estes diferentes?
Diz a sabedoria popular que você só vai saber o que é pai, quando de fato for um! Mas, não como saber se não fizermos a escolha por ser pai.
Você não escolhe seu pai, não escolhe seu filho, mas escolhe, quando se tornar pai, e isto não é quando nasce seu filho, mas quando seu filho o enxerga como pai.
Não basta ser pai pra se ter uma família, é preciso que a família e os filhos, sintam e percebam que tem um pai, e isso não é tarefa das mais fáceis, pelo contrário, é uma luta constante, diária, pois pai é sinônimo de bom exemplo, de amparo, de força, de sabedoria, é seta, é censura, é herói, mas é também, sensível, falível, fraco.
Quando somos crianças vemos nossos pais e os achamos grandes, capazes de tudo! Crescemos e percebemos que os pais realmente tudo podem, mas somente se for por amor, e isto é possível aos fortes, sábios, sensíveis e falíveis.
Pra encerrar fico com uma das frases de César, quando aperta a mão de seu amigo Malcolm, depois de uma grande batalha: “tenha fé”...