A cinquentona Copinha

Neste 50 anos a atual Copa São Paulo já foi Taça São Paulo e nesta edição comemora o sucesso da competição batendo o recorde de transmissão. No entanto, os horários impróprios para a pratica esportiva, caso de jogos às 11h e 13h45, não é algo a se comemorar.


O futebol profissional brasileiro está em recesso, os jogadores estão curtindo suas férias, uns descansando e outros badalando, enfim, estão dando um tempo a bola e recarregando as suas energias para enfrentar a longa temporada, pensando nos jogadores dos jogos televisionados.

Mas a TV aquece sua programação com a Copa São Paulo Juniores, competição que em 2019 completará 50 anos e vem com novidades quentes, isso fora de campo, jogos as 11h e 13h45, como diria Milton Leite: que belezaaaa!

Antes de discutir o horário de alguns jogos, apresento alguns pontos a se destacar, dos fatos mais recentes, destes 50 anos de história da famosa Copinha.

A Copa São Paulo de Juniores teve a sua primeira edição em 1969 com quatro times, quase nada se sabe dessa primeira edição, de lá para cá, a ex Taça São Paulo se tornou a principal competição de categoria de base, na edição cinquentenária contará com 128 clubes, mais de 3 mil jogadores, 30 cidades-sede e todos os estados brasileiros representados.

Da sua história recente, vários craques foram revelados na competição e obtiveram destaques pelo futebol brasileiro, mundial e pela seleção brasileira, destaco alguns, como: Kaká, último brasileiro a conquistar a Bola de Ouro FIFA, jogou a edição de 2001 pelo São Paulo; Neymar, uma dos cinco esportistas mais bem sucedido do planeta, jogou a edição de 2009 pelo Santos; Casimiro, volante do Real Madrid, jogou a 2010 pelo São Paulo; e Gabriel Jesus, centroavante do Manchester City, jogou a edição de 2015 pelo Palmeiras.

Na edição de 2019, a Copinha jogará garoto com contrato e negociação concretizada com clube do futebol europeu, caso do João Pedro do Fluminense negociado com Watford da Inglaterra, por de mais de 40 milhões de reais e menino com rescisão contratual maior que muito jogador de Série A do Campeonato Brasileiro, caso de Reinier do Flamengo, a multa rescisória de seu contrato gira em torno de 300 milhões de reais.

Esta edição será a mais vista da história da Copinha, com transmissões de TVs abertas e fechadas, dos 255 jogos, 236 estão previstos para serem transmitidos. Para os garotos é uma possibilidade de maior visibilidade, exposição, valorização e contratos, especialmente com empresários que rondam as arquibancadas.

O atual campeão Flamengo, que derrotou o São Paulo na final, teve como destaque Lucas Paquetá que foi comprado pelo Milan. O maior campeão da competição é o Corinthians com, 10 títulos, que na última revelou Pedrinho e o Palmeiras, deca campeão Brasileiro, sonho em conquistar seu primeiro título na competição de base.
Das 49 edições anteriores da Copinha, há uma hegemonia paulista com 29 conquistas, na segunda colocação vem os cariocas com dez vitórias, em terceiro lugar os mineiros com cinco vitórias, gaúchos com quatro vitórias aparecem na quarta colocação e os catarinenses com apenas um título ficam na quinta posição.

A FPF, no entanto, por ser organizadora do maior torneio do futebol de base brasileiro, da competição com mais visibilidade na categoria e que revela tantos talentos para o futebol brasileiro e internacional deveria ter um carinho maior pela competição, não se sujeitar as imposições das TVs e aproveitar para reforçar uma imagem positiva da entidade, poxa, jogos às 11 horas da manhã e 13:45 da tarde são desumano nesse verão, pensando especialmente nos jogadores, com relação aos torcedores há relatos de um crescente desrespeito por parte da FPF. Onde está o Bom Senso FC?

O engraçado que a própria TV se contradiz, normalmente nas reportagens de começo de ano nos orientam a nos proteger e evitar os raios solares nesses horários.

Até entendo, neste período a grade de programação precisa ser preenchida, especialmente nos canais esportivos das TVs fechadas, a Copinha é um torneio que agrada o torcedor, neste período de recesso dos jogadores e campeonatos profissionais, diminui os assuntos, e torneios como esses ganham destaques, mas, imagino um outro cenário, será que existiria o mesmo interesse das TVs pela categoria?

Infelizmente, há um aparente descaso da FPF com alguns clubes, especialmente pequenos e de pouca expressão e os torcedores, nem se falam, em inúmeras vezes, relatam desrespeito da entidade. Este é um caminho perigo para entidade, porque foram e são os clubes e torcedores que contribuíram para o sucesso e prestigio da competição.

Jogos em horários impróprios para prática esportiva, são exemplos claros desse desrespeito. As TVs em suas transmissões questionam as cãibras nos jogadores, desgastados ao longo de todo ano o corpo não aguenta, por mais jovem que seja, muitas das vezes este jogador está mal preparado física e nutricionalmente, sem um descanso adequado.

Muitos narradores e comentaristas erram ao afirmar, são jovens, deveriam aguentar o ritmo intenso dos treinamentos e jogos, ou seja, as discussões são rasas e pouco fundamentadas cientificamente.

O jogo decisivo da Copa São Paulo, historicamente, é realizado no dia 25 de janeiro, data do aniversário da cidade de São Paulo, no Estádio Municipal do Pacaembu com portões abertos ao torcedor, espero que esta tradição não se acabe.

Por fim, sou fã desta competição democrática e festiva, mas estou atento aos pontos que merecem crítica, inicialmente antes da bola rolar, o que mais me incomodou foi o horário impróprio para a pratica esportiva de alguns jogos, por imposição da programação das TVs. Entra ano e sai ano não vejo as entidades levarem a sério o futebol.