Nos últimos 10 anos Neymar é o principal jogador do futebol brasileiro em atividade e o protagonista na seleção brasileira, mas podemos considerá-lo o maior pós Pelé?
Em comemoração aos 10 anos de carreira de Neymar, o maior jogador de futebol brasileiro da atualidade, a revista Placar levanta uma polêmica, logo amplamente discutida, afirmando ser Neymar o maior jogador pós Pelé. Assim, os especialistas, de plantão, imediatamente colocaram suas teses sobre a mesa de debate. O fato é que na última década não surgiu nenhum nome para dividir o protagonismo com Neymar, este fato acusa uma falha na formação do jogador brasileiro, pouco discutida.
Houveram muitas controvérsias e justificativas dos especialistas esportivos ao posicionamento da Placar, os favoráveis, que foram poucos e os contrários, que foram muitos. Teve até lavagem de roupa suja na TV em rede nacional entre o pai do Neymar e o comentarista Casagrande, que em algumas ocasiões chamou o jogador de mimado. O pai de Neymar sabatinado, admitiu que o mima mesmo, defendendo seu filho, até entendo, faria o mesmo pelo meu. Mas os papéis neste caso não pode ser confundido, pois além de pai, ele é o gestor da carreira de sucesso do seu filho. Complicado esta estabelecer esta separação!
Devemos ressaltar que esta atual polêmica não foi causada por Neymar, se a Placar apenas focasse nos dados e fatos do principal jogador brasileiro dos últimos 10 anos talvez não geraria tanto debate, com certeza seria uma matéria que não causaria impacto nas vendas, não sei se a intenção era gerar um debate acerca desse assunto. Mas é delicado no Brasil definir quem é ou que foi melhor pós Pelé, nomes como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Romário e Zico surgiram no debate, pois vários especialistas creem que este foram mais protagonismo e demostraram mais personalidade ao longo das suas carreiras que Neymar.
É certo que Neymar paga caro pelo seu comportamento, pela falta de personalidade, pela exacerbada exposição nas redes sociais, características das personalidades e celebridades atuais, assim, recebe julgamentos, o mais forte é sobre sua falta de maturidade aos 27 anos. É um fato que ele se manifesta pouco à imprensa, causando uma certa irritação de parte dela, especialmente as que não possuem exclusividade.
Este 10 anos passados da sua carreira foi marcado por polêmicas dentro e fora de campo que causaram muitos debates nas mesas redondas, belos gols e jogadas que também são comentadas pelos especialistas esportivos, pela exposição e ostentação excessiva da sua vida consumista e luxuosa, pelas conquistas e títulos dentro de campo com o Santos, Barcelona e PSG. Um dos fatos mais significativos pelo futebol brasileiro e como protagonista foi a conquista, em casa, da primeira e inédita medalha olímpica do futebol nos Jogos do Rio-2016, que nem mesmo Pelé conquistou.
O esporte e os esportistas se transformaram ao longo do último século e mais intensamente nos últimos 30 anos, a mídia tem sua parcela de contribuição para o desenvolvimento do esporte espetáculo, Neymar é um autêntico produto deste contexto, construído pela mídia. A mesma que o critica hoje será um ponto de apoio amanhã, as opiniões mudam de acordo com suas respostas dentro de campo. O que mais me incomoda é essa busca inconsequente da informação vazia que não contribui para produzir mudança no esporte e principalmente na sociedade.
Os parâmetros da informação e julgamentos são sempre pautados na comparação dos feitos, recordes e resultados, poxa, todos esses jogadores foram importantes cada um a seu momento e maneira, contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento do futebol brasileiro.
Esperar que o Neymar seja brilhante dentro de campo é possível pelo seu talento, mas, que ele mude o comportamento que vem apresentando fora de campo, já é outra história. Uma coisa é certa, se não existir comprometimento da parte dele por priorizar sua carreira e um ajuste nas questões extra campo haverá um reflexo que poderá comprometer sua performance.
Para finalizar, na minha opinião, em questão de protagonismo Neymar não será superior a Pelé, buscar este objetivo dará muito trabalho, custaria muito caro e este preço, ao que me parece, não vejo ele querendo pagar.