Edvar Simões, o joseense que ajudou a popularizar o basquete no Brasil
O joseense José Edvar Simões ajudou a popularizar o basquete no Brasil, disputou três olimpíadas e conquistou uma medalha de bronze logo na sua primeira participação aos 21 anos. Conheça a história e trajetória esportiva deste esportista da nossa região.
Edvar Simões nasceu em São José dos Campos em 23 de abril de 1943 e em 1964, há 56 anos aos 21 anos de idade o armador conquistou o bronze nos Jogos Olímpicos do Japão com a seleção brasileira de basquete.
O basquete masculino brasileiro com Edvar Simões conquistou o terceiro bronze, feito que até então não se repetiu. Com os Jogos de Tóquio o Japão demonstrou ao mundo sua superação aos horrores da guerra, sua capacidade tecnológica ao transmitir as competições ao vivo e a cores pela TV, via satélite. O Japão tornou-se uma das grandes potências do mundo no final do século XX (RUBIO, 2015).
Edgar iniciou seu trajetória no basquete nos anos 50 no Tênis Clube (São José dos Campos) sendo campeão do Interior em 1969, passou por Corinthians, conquistou o título de campeão da Taça Brasil e Sulamericano em 1965 e três Paulistas, atuou pelo Trianon (Jacareí) e encerrou seu carreira como atleta no Palmeiras. Vestiu a camisa da seleção brasileira em 37 oportunidades e marcou 345 pontos, conquistou uma medalha de bronze olímpico, (Tóquio-1964), prata no Sulamericano (Argentina-1966), bronze no Mundial (Uruguai-1967) e prata no Mundial (Iugoslávia-1970). Ainda participou de outras duas Olimpíadas, México-1968 e Munique-1972.
No o mundo pode ver a alegria do povo mexicano, sob protestos dos países desenvolvidos e industrializados o México venceu a disputa e foi o primeiro país latino a sediar uma edição dos Jogos. Em Munique os alemães tinham uma enorme vontade de apagar as lembranças dos Jogos de Berlim (1936), organizado pelos nazistas. Mas entrou para a história como os Jogos do Terror, pela invasão à Vila Olímpica de Munique pelo grupo palestino Setembro Negro, que sequestrou membros da delegação israelense e exigiu para libertá-los a liberação de 250 presos palestinos, imediatamente na invasão mataram dois israelenses e fizeram nove de reféns, após negociações das autoridades alemães houve uma intervenção policial mau executada que causou a morte de nove atletas, cinco terroristas e um policial alemão. Com o desfecho do caso três palestinos foram presos, os jogos suspensos e retomados as competições após 24 horas. (RUBIO, 2015).
Edvar Simões formou-se em Educação Física pela USP, deu sequência na sua carreira profissional dentro do basquete e tornou-se um técnico colecionador de títulos, dos quais o bicampeão Paulista e campeão Brasileiro pelo Tênis Clube São José entre os anos de 1981 e 82, tricampeão Paulista (1985, 86 e 87), bi-sulamericano (1985 e 1986) e um vice mundial (1985) pelo Monte Líbano. Foi um dos técnicos da seleção no Mundial de 1982. No final do ano de 2013 retornou ao São José Basquete e permanece no cargo por dois meses, dispensado após 8 vitorias e 5 derrotas em 13 partidas.
Foi gerente no futebol na década de 2000 passando por clubes como Corinthians, XV de Piracicaba e Marília.
Em junho de 2020 Edvar Simões foi eleito, em enquete promovida pelo GE (globoesporte.com), o maior atleta da história do Vale, participaram da votação 6 mil pessoas, Edvar recebeu pouco mais de 3.000 votos, equivalente a 50,1% dos votos e ficou com primeiro lugar, ganhando de triplista de Pinda João do Pulo, com 44,8% dos votos, do futebolista de Roseira Zito 3,5% dos votos e o surfista de São Sebastião Gabriel Medina obteve 1,6% dos votos.
Em 2002 Edvar foi homenageado pelo Tênis Clube São José que deu seu nome ao ginásio e em 2003 no evento em comemoração dos 70 anos da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) foi lembrado pela sua importante atuação e participação nas conquistas mundiais, bronze no Uruguai (1967) e prata na Iugoslávia (1970).
Edvar Simões e sua geração contribuíram para a popularidade do basquete no país, no livro sobre Wlamir Marques, o autor Auri Malveira (2013) descreveu o joseense dentro de quadra: ?[...] Edvar era inteligente, tinha boa infiltração no ataque e um arremesso respeitado [...]?.
A série Os Olímpicos do Vale, apresentará vídeos e textos sobre os atletas que representaram o Vale e o Brasil nos Jogos Olímpicos. Até o momento são 13 atletas nascidos na região, oito homens e cinco mulheres. Assim, apresentaremos a história e a trajetória deste esportistas de forma cronológica dos fatos.
Téo Pimenta é professor universitário, diretor do Instituto Esporte Vale (IEVALE), profissional formado em Educação Física, especialista em Educação e mestre em Desenvolvimento Humano. Procura refletir e compreender o fenômeno esporte nas suas diferentes dimensões. Colunista no AgoraVale desde 2018.