A Copa da Rússia se inicia, especula-se os favoritos e as surpresas dos azarões, os favoritos são estabelecidos pela tradição e os azarões sempre estão rondando as Copas. Será que aparecem na Rússia?
A Copa da Rússia, será a primeira após os escândalos de corrupções que culminou nas prisões de dirigentes da FIFA e a que foi introduzida a tecnologia do árbitro de vídeo. E por aqui, a lembrança do 7 a 1, a instabilidade política, problemas de segurança pública, inúmeras manifestações não deixa o brasileiro se empolgar, como de costume. Não vemos mais a euforia das outras Copas. Definitivamente é uma Copa diferente!
A Copa do Mundo de Futebol! Idealizar favoritos, idealizar placares, vencedores e até torcer por surpresas de azarões. A Copa da Rússia tem seu inicio assim, com apostas nas seleções tradicionais, onde as mais cotadas são Alemanha, Brasil, França, Espanha e Argentina.
Historicamente os campeões saíram de países europeus ou sul-americanos. Em terreno europeu, o único de fora a conquistar foi o Brasil em 58 na Suécia. De todos que já disputaram apenas oito conquistaram a Copa, Brasil em cinco edições (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002), quatro edições Alemanha (1954, 1974, 1990 como Alemanha Ocidental e 2014) e Itália (1934, 1938, 1982 e 2006) fora da Rússia, com duas edições a Argentina (1978 e 1986) e o primeiro campeão Uruguai (1930 e 1950). Inglaterra (1966), França (1998) e Espanha (2010), completam essa sequencia com um título cada. Dobradinhas de títulos sequenciais, só Brasil (58 e 62) e Itália (34 e 38). Esse pequeno histórico gabarita naturalmente os favoritos.
A Alemanha, de Joachim Löw, última campeã, é considerada a principal favorita. É fato, das últimas nove edições a Alemanha conquistou dois títulos, participou de mais três finais e levou duas vezes o terceiro lugar. Apesar de alguns problemas internos caso das aparições dos jogadores de origem turca, Özil e Gündogan, e utilização com frequência em propaganda política pelo governo turco, que é contestados pelos alemães por atitudes anti democráticas, levaram até a pedidos de dispensa desses atletas.
Já o nosso Brasil, de Tite, disputou 18 jogos (incluindo amistosos) venceu 14, empatou três e perdeu um amistoso para a Argentina. Com Tite, a Seleção adquiriu um equilíbrio tático, fez 41 gols, sofreu cinco e resgatou, aos olhos de todos, sua competitividade, mesmo sem Neymar, nosso grande craque e a principal referência técnica da seleção.
Ao pensar na França, o elenco mais caro do Mundial é formada por jogadores jovens de futuro promissor no futebol mundial, o destaque é a jovem promessa Kylian Mbappé.
A Espanha, que nas vésperas de sua estreia dispensou seu técnico, Julen Lopetegui, por conflitos de interesses, possui uma equipe equilibrada e pode chegar a conquistar o título.
A Argentina, do craque Leonel Messi, atual vice-campeã mundial e da Copa América, respectivamente em 2014 e 2016, vem sempre como favorita.
Há sempre expectativa no desempenho de Portugal. A equipe de Cristiano Ronaldo é a atual campeão da Euro 16 e a cada Copa emerge com alguma novidade.
Por falar em novidade, nesta edição ela esta por conta da jovem Seleção da Bélgica, que há muito não desponta com uma seleção tão competitiva.
Em se falando de surpresas, alguns azarões de Copas anteriores merecem ser mencionadas.
A primeira grande zebra ocorreu em 1938, na França, quando a seleção de Cuba despachou a temida Romênia. Com uma seleção jovem, Cuba surpreendeu a Romênia, muito mais tradicional no futebol que seu adversário. Cuba empatou o primeiro jogo contra os romenos em 3 a 3 e no jogo desempate, quatro dias depois, uma vitória inesperada por 2 a 1, foi ao mundial devido a desistências de Colômbia, Costa Rica, México, El Salvador e Suriname, mas nas quartas de finais, perderam de goleada para a Suécia, por 8 a 0.
Com uma equipe amadora, os Estados Unidos em 50 no Brasil, venceu a grande inventora do futebol Inglaterra, por 1 a 0.
Em 66 a inexpressiva Coreia do Norte empatou com o Chile em 1 a 1 na fase de grupos e venceu surpreendentemente a Itália por 1 a 0, se classificando para a próxima fase.
Os africanos, como pouca tradição, mas muitas surpresas no futebol teve a Argélia triunfante na estreia da Copa da Espanha em 82 frente à Alemanha por 2 a 1. Lembrando que essa mesma Alemanha foi a vice-campeã desta edição. E os Camarões que venceram por 1 a 0 a Argentina em 1990, na estreia, é uma das zebras mais impressionantes, os camaroneses perderam nas quartas de finais para a Inglaterra.
A zebra gosta de aparecer nas Copas e trazer lições e emoções no torneio. Os favoritos que se cuidem!
Por fim, a FIFA anunciou novidades para 2026. Aumento do número de participantes (de 32 para 48 seleções) e três países sede, Estados Unidos, Canadá e México. A competição pelo sistema atual acontece desde 1998. Na primeira Copa, em 1930, eram 13 seleções participantes, aumentou para 16 em 1934 e permaneceu assim até 1978. Em 1982 o número de participantes aumentou para 24 seleções e em 2002 para 36. Fica clara a intenção de agregar cada vez mais participantes, entretanto o futebol parece apresentar sempre os mesmos campeões.