"Eu represento um movimento, um povo baiano". Essa frase é de Gilmelândia, cantora baiana, ex-vocalista da Banda Beijo e que completa 25 anos de carreira, desde que as canções "Peraê" e "Bate Lata" estouraram em sua voz no Brasil no final da década de 1990. Em carreira solo, a artista emplacou "Maionese", "Miau" e "Chegou o Verão", canção, essa última, que chegou a ser indicada ao Grammy Latino.
Para comemorar esses 25 anos de história, Gilmelândia fez um show em São Paulo com uma produção audiovisual durante uma festa muito conhecida na capital paulista, a 'Gambirra'. A cantora conversou com a coluna nos bastidores desse show. Confira:
Marcos Bulques: Como você analisa esses 25 anos de história?
Gilmelândia: Puxa, só de felicidade viu, porque eu estou aqui não só a Gilmelândia, mas eu represento um movimento, um povo baiano, dos artistas incríveis [...] é uma música feliz. Então, na minha vida sou muito grata, porque eu já nasci uma menina feliz e cantora de uma música de felicidade, então, meu amor, se completou e hoje estou mais feliz ainda porque estou nesses 25 anos com músicas que já foram músicas de Carnaval, com músicas que já ganhei prêmio, mas o mais importante de tudo isso é que eu marquei a vida de uma geração de muita gente e que hoje as músicas ainda estão marcando vidas. É por isso que eu resolvi fazer esse audiovisual.
Marcos Bulques: É difícil manter o sucesso?
Gilmelândia: O mais importante da sua profissão é você dar o seu melhor. Para mim, o sucesso é isso, porque às vezes as pessoas pensam que sucesso é você estar no topo, na lista da música mais tocadas. São muitos obstáculos, mas a gente tem que passar por cima, seguir em frente porque a arte para mim é um presente. O sucesso é você chegar na festa de alguém que confiou em você, de uma prefeitura, de um casamento, de um batizado, não importa que tenha dez pessoas ou 1 milhão, é você dar o seu melhor. Sucesso é isso. Quando você faz com amor, você é perfeito.
Marcos Bulques: Se você pudesse mudar alguma coisa, mudaria ou faria tudo de novo?
Gilmelândia: Não, não mudaria nada. Tudo na vida da gente é aprendizado.
Marcos Bulques: Você é perfeccionista?
Gilmelândia: Sou, de um papel estar no chão do palco hoje e eu sair catando, e um menino [disse]:'deixa que a gente cata', mas eu quero catar. Eu acho quando você tem que fazer as coisas, eu repito, você tem que dar o seu melhor em tudo, até no palco. Hoje mesmo coloquei o palco como se fosse espelho porque eu quero que as pessoas tenham o melhor.
Marcos Bulques: O que representa a Banda Beijo para você?
Gilmelândia: Um presente que a vida, que Deus me deu. Aprendi muito, sou grata a Netinho, que foi uma pessoa que acreditou em mim, tanto que ele está ai no meu DVD, está passando no telão, porque a gente tem que honrar quem nos honra. O cara passou pela minha vida, me deu oportunidade, então sou muito grata a ele, sou muito grata ao meu empresário, na época que confiou em mim. Sou grata a muita gente.
Marcos Bulques: Nesses 25 anos, você se arrepende de alguma coisa ou não?
Gilmelândia: Não, tudo foi maravilhoso para mim. As coisas que não foram boas na visão de muitos, eu aprendi com elas.