Em meio ao tumulto que foram as eleições no ano passado, o cantor Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, disse à época para esta coluna que "não haveria golpe". A frase foi dita durante uma entrevista para este colunista, depois de inúmeros casos de ameaças à democracia brasileira no curso de campanhas eleitorais e manifestações na internet.
Passada as eleições e hoje tendo Lula como presidente do Brasil pela terceira vez, a coluna questionou como o cantor avalia esses primeiros meses de governo.
"Eu sou um otimista. Eu acredito sim no futuro do Brasil, eu acredito que constrói-se o futuro através de acordos possíveis entre duas posições que muitas vezes são antagônicas, mas aparando as arestas e discutindo se chega a um acordo, e nunca através de medidas autoritárias. Eu sou contra o autoritarismo aqui no Brasil ou em qualquer outro país", disse o cantor.
Sobre os atos de 8 de janeiro em Brasília, que destruiu os prédios dos Três Poderes, Dinho foi direto.
"Ensaiaram uma quebradeira no dia 8 de janeiro. Acho que foi um momento lamentável da história brasileira. Eu valorizo muito a nossa democracia. Eu sou da geração que foi às ruas pelas diretas já (eleições diretas). É uma coisa que valorizo imensamente. É através do diálogo e a procura de consensos que se constrói um país melhor. Aquele episódio foi um momento lastimável da história do Brasil. Sou um defensor do diálogo", pontuou.
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*Marcos Bulques é jornalista formado pela Universidade do Vale do Paraíba e pós-graduado pela Universidade de São Paulo. Atuou em rádio e televisão e jornais impressos. Criou o canal no YouTube Conexão Entrevista. Desde 2013 assina a coluna Inside do AgoraVale.