As eleições de 2026 já estão no radar

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A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, em entrevista à CNN Brasil, anunciou que já começaram os preparativos para as eleições de 2026.

A movimentação não é só dela: os partidos políticos já estão agindo para se apresentarem fortes e competitivos no pleito.

Pois bem, o tema das próximas eleições de 2026, para deputado federal e deputado estadual, será o foco desta coluna nos meses que antecedem o pleito.

Queremos discutir aqui, sempre apoiados em previsões, os números que envolverão a disputa. Coisas do tipo:

  • O total de votos válidos em 04 de outubro de 2026.
  • A votação mínima necessária para um partido conquistar uma vaga na bancada federal.
  • O número de votos que um candidato precisará para ocupar uma vaga conquistada pelo partido.

Nossa analise não deixará de lado a questão das regras eleitorais. Vamos discutir as regras vigentes e sua influência nos resultados da disputa. Veremos como a combinação entre a proibição de coligações nas eleições proporcionais e o número máximo de registros de candidaturas permitidas podem favorecer, ou não, os partidos.

Também vamos analisar e destacar as dificuldades enfrentadas pelos partidos e candidatos devido a proporcionalidade em função do número de vagas disponíveis e os votos válidos registrados.

Outro ponto que pretendo colocar em pauta é a influência das coligações majoritárias nos resultados das próximas eleições para governador e presidente da República.

Em 2024, lançei o livro Eleição tem Lógica, que analisa as eleições proporcionais do ponto de vista do candidato, suas escolhas e as consequências decorrentes delas. Neste ano, estou estudando, por meio de um passeio pelas cinco regiões brasileiras e suas 27 unidades federativas, o potencial dos 29 partidos políticos atualmente registrados no TSE. Vamos acompanhar e comentar o que vem sido feito para melhorar a performance de cada um.

Aumento da bancada

A Câmara de Vereadores de Pindamonhangaba aprovou um projeto de lei que aumenta de 11 para 15 o número de vagas disponíveis em sua bancada a partir de 2029.

A título de curiosidade, vamos fazer um exercício supondo que isso tivesse ocorrido antes das eleições de 2024. Para tanto, usaremos os dados registrados naquele pleito.

As ocupação das primeiras onze vagas não sofreria mudanças. PL, União Brasil, Podemos, Republicanos, PP e PSD, que ficaram com todas as cadeiras disponíveis, continuariam a disputar as quatro vagas restantes até completar quinze. Por terem as maiores médias naquela fase dos cálculos, PP e, em seguida, o PSD,  teriam as primeiras oportunidades. Porém, ambos as perderiam e cairiam fora da disputa por não mais terem candidatos com votação nominal superior a 20% dos votos válidos, exigida pela legislação eleitoral vigente. O próximo partido, com maior média de votos seria o União Brasil, que ocuparia a décima segunda vaga com o candidato Julinho Car. Mas, pelo mesmo motivo dos outros dois, já não disputaria as outras três vagas restantes. O próximo partido com média suficiente para assumir a décima terceira vaga, o Podemos, também sem candidato com votação mínima exigida, estaria fora da disputa. Dessa forma, o PL ficaria com a sua quarta vaga, ocupada pela candidata Regininha. Chegada a sua vez, o Republicanos, pelos motivos já conhecidos, também perderia a oportunidade. Novamente classificado, o PL, com o candidato Ronaldo Pipas, ocuparia a sua quinta vaga. Nesse momento, mais nenhum partido ou candidato atenderia às duas condições necessárias para a última vaga: votação partidária de pelo menos 80% dos votos válidos e votação nominal do candidato igual ou superior a 20% dos votos válidos.

Assim, a décima quinta vaga seria decidida na terceira fase, na qual todos os partidos e federações partidárias participam. O partido com a maior média ocuparia a vaga com o seu candidato mais votado, independentemente dos limites. Dessa forma, a candidata Erika Candido, do PT, assumiria a décima quinta e última vaga disponível.   

 

Gerson Jorio