ELEIÇÕES DE PINDAMONHANGABA: FATOS CURIOSOS

Eleições 2024


Com a publicação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do resultado das últimas eleições, constatamos algumas ocorrências que relatamos a seguir. Entre elas, há padrões já conhecidos por quem acompanha o meu trabalho;  outras são fruto do imponderável. Para entendê-las melhor, recomendo fortemente a leitura do meu último livro: Eleição Tem Lógica.

Dos 232 candidatos registrados no TSE, 4 foram julgados inaptos. Portanto, 228 disputaram votos, sendo que um deles foi classificado com o status de 'Anulado Sub Judice'. O candidato obteve 104 votos nominais. A somatória de votos dos 228 candidatos que concorreram foi de 75.739 votos, sendo que apenas 14 (6,1%) concorrentes alcançaram uma votação igual ou superior a 1.446 votos (20% do quociente eleitoral - QE), necessária, de acordo com as regras eleitorais, para assumir uma cadeira conquistada por seu partido na Câmara. O total de votos acumulados por essa "elite" foi de 29.791 votos nominais (VN), o que representa mais de 1/3 do total de sufrágios (39,3%).

Outro fato que se repete eleição após eleição é que apenas 20% (46) dos candidatos conquistaram 55.703 (74%) votos nominais. Os outros 182 (80%) postulantes atingiram a pequena parcela de 20.036 (27%) votos nominais. É o que, em meus livros, chamo de 'Princípio de Pareto'.

Nas previsões que publiquei, indiquei que o PT, da federação PT/PcdoB/PV, deveria conquistar uma vaga na Câmara. A federação conquistou  5.395 VV, ou seja, 390 votos a menos dos 5.785 VV (80% do QE) necessários para participar do cálculo das 'sobras' e ganhar uma cadeira. Para a sua candidata mais votada, faltaram 117 votos nominais para atingir os 1.446 votos nominais (20% do QE) exigidos para assumir a cadeira neste pleito. Se o PT tivesse alcançado os votos necessários, o segundo candidato mais votado do Republicanos teria ficado sem a vaga. Um dos fatores que contribuíram para isso não acontecer foi o pequeno número de votos de legenda (VL), o menor deste primeiro quarto do século XXI. Veja:

Conforme foi divulgado, minhas previsões apontavam que 17 partidos, 4 agrupados em 2 federações, não ficariam com nenhuma vaga. Vou me valer de um pequeno exercício para mostrar a lógica do meu prognóstico. Para isso, analise quadro abaixo no qual o MDB aparece com a maior votação (2.336 VV) dentre aqueles que ficaram de fora de minhas previsões.

Se trocarmos a votação do candidato mais votada daquela agremiação, 673 VN, pela do candidato mais votado da eleição (3.681 VN), encontraremos o seguinte quadro:

  

Como pode ser visto, mesmo que o MDB, e as outras 16 siglas seguintes  contassem com o candidato mais votado do pleito em sua lista, não conquistariam nenhuma cadeira. Para o MDB, ainda faltariam 440 votos para atingir o necessário para disputar uma cadeira na fase dos cálculos das 'sobras'. Portanto, mesmo que um dos seus candidato fosse o mais votado, não teria uma vaga para assumir.

Outro elemento que contribui para termos esses resultados foi o menor número de candidatos em relação às eleições anteriores.

 

Gerson Jorio