Todo o povo de Israel viveu o tempo da espera do Messias e, de muitos modos, os profetas anunciaram esse dia da libertação, esse tempo novo da esperança. Assim, com a vinda de Cristo, a antiga Aliança é renovada pela nova e eterna, que é a entrega incondicional de Jesus na Cruz para a remissão dos nossos pecados. Jesus inaugura, com palavras e sentimentos de amor, um tempo novo na vida e no coração de todas as pessoas com gestos que ultrapassam a frieza de uma Lei, que muitas vezes não respeita a vida e se torna um jugo pesado para todos. É chegada a hora em que as antigas estruturas serão purificadas, pois a "Palavra se fez homem e habitou entre nós" (Jo 1, 14) e a humanidade já não está condenada a caminhar cegamente, pois o próprio Jesus é Aquele que nos conduzirá. Jesus, a Palavra de Deus, é a luz que ilumina a consciência de todo homem e essa vida nova em Cristo é a marca que todo cristão deve imprimir no próprio coração. De muitas formas, Jesus condenou a atitude dos homens do Templo, que com suas imposições e descompromisso com a Verdade, transgrediam o verdadeiro sentido do ambiente religioso, oferecendo sacrifícios vazios que não agradavam a Deus. Na vida nova em Cristo, aprendemos o que significa "Eu quero a misericórdia e não o sacrifício" (Mt 9, 13) e procuramos, como bons discípulos d'Ele, semear com nossas atitudes, o verdadeiro sentido da comunhão entre todos os homens. O verdadeiro culto que oferecemos pela nossa fé é o esforço de viver a misericórdia e a justiça fundamentados em Cristo, tornando presente o amor de Deus na vida de todos os homens. Trata-se de um culto que é a expressão de um amor gratuito semelhante ao amor de Deus por todos nós. Que sejamos persistentes em viver Cristo em nós e que o mundo ao nosso redor seja transformado e contagiado pelo amor de Deus em todos os corações.