Como é bom contemplar as águas de um rio, observando seu percurso e deixando-se ir no caminho das águas. Imaginar aqueles muitos pescadores que, todos os dias, exercem esse desafiador trabalho de recolher os peixes saborosos que chegam até as nossas mesas.
Naquele dia algo diferente aconteceu. Talvez uma pesca comum entre tantas, talvez o medo de não encontrarem bons peixes para o patrão que esperava. E ali, no exercício de lançarem a rede ao mar, partes de uma imagem foram sendo resgatadas por aqueles pescadores. Um primeiro milagre é recolher em lances diferentes, num rio que corre velozmente, os pedaços de uma mesma imagem. O segundo milagre é que ao juntar as partes, aquela imagem se formou e se colou. E o milagre de uma grande pesca aconteceu.
Aquela que deixou brotar do seu coração um cântico a Deus, que exalta os humildes, dava, naquele momento, o seu testemunho de discípula de Cristo, indo ao encontro daqueles homens sofridos, daqueles que tinham suas necessidades.
Das águas benditas daquele rio, a vida de milhares de pessoas encontrou um sentido de fé, uma manifestação humilde e tão bela de carinho da Mãe de Deus, Aquela que apareceu nas águas.
Celebramos a Mãe de Deus e a nossa Mãe! Como é bonito ver a fé simples de milhares de pessoas que, todos os anos, dirigem-se para visitar essa pequena imagem milagrosa. Quantas histórias, quantas lágrimas, quantas vidas que merecem todo o nosso respeito e a nossa admiração.
"Me disseram, porém, que eu viesse aqui pra pedir em Romaria e prece, paz nos desaventos. Como eu não sei rezar, só queria mostrar meu olhar, meu olhar, meu olhar" canta essa tão linda canção que nos emociona e nos faz romeiros na fé.
Ó Mãe Aparecida, que meu olhar hoje seja de amor, de fé e de respeito! Que meu olhar encontre o Seu olhar e nele, possa sentir seu conforto e seu cuidado para comigo.