Vivemos uma vida de perdas. É sempre desconfortante perder algo. Quando passamos por perdas definitivas, pela perda dos nossos entes queridos, necessitamos de um tempo para organizar em nós o luto. Existem pessoas que não conseguem deixar partir aqueles que já não estão mais entre nós. Nenhum luto deve ser definitivo.
A vida tem sabor de festa. Como é bom celebrar a vida. O rito de comemorar o aniversário é algo que faz parte da nossa existência. Mas em todos nós, o medo da morte já nos fez refletir sobre os valores da vida e o pavor dessa hora definitiva, que sempre será angustiante e assustadora. Vivemos para as conquistas, os sonhos e as esperanças e não para morrer.
Celebrar aqueles que já partiram é dar um espaço, nessa linha de pensamento, para refletir sobre a temporalidade da vida e enfrentar, com menos angústia, essa realidade.
Toda perda humana nos ensina a reestruturar a vida a partir das ausências e reaprender a viver com as saudosas lembranças que se reconfiguram em nossas mentes. Vamos deixando a tristeza da partida se transformar em confortável oportunidade de boas lembranças até o momento em que, na eternidade, um reencontro poderá acontecer.
Jamais poderemos esquecer aqueles que, de alguma forma, marcaram nossas vidas. Os verdadeiros vínculos jamais serão sepultados. Eis o sentido de se fazer memória. Jesus desejou permanecer em nosso meio e no gesto de partir o pão, permite que sua memória se atualize em nossos dias.
Celebrando tantos que já partiram desta vida, agradeçamos as bonitas marcas de vida que nos deixaram. Hoje é o dia de olhar para o céu e aplaudir. A vida recebe um novo modo de ser celebrada!