Corações reconciliados

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Um dos mais fortes exercícios que fazemos, como discípulos de Cristo, é perdoar. Não é à toa que respondendo a Pedro, Jesus dirá que devemos perdoar setenta vezes sete. Diante do mal de alguém, temos duas possibilidades de reagir: a vingança e o perdão. É claro que nessa sociedade desumana que vivemos, do "aqui se faz, aqui se paga", jamais encontraremos motivações para perdoar. Chamados a perdoar, somos também convidados a retirar do nosso próprio coração os sinais de mágoas, ressentimentos e até mesmo raivas, pois o perdão oferecido torna-se um benefício próprio.
 
 
Perdoando, compreendemos o sentido dessa reconciliação amorosa que nos aproxima mais de Deus, libertando-nos das amarras que a falta de perdão impõe. Com toda certeza, temos pessoas para perdoar e pessoas para pedir perdão. O tempo é hoje, o momento é agora. Não precisamos mais arrastar um sentimento de tristeza que insiste em ficar quando retribuímos o mal com o mal.
 
Jesus, em seus ensinamentos, até mesmo do alto da cruz, perdoou. Escolher a vingança tem o seu preço. É chegado o momento em que podemos nos desafiar a ser os comandantes da nossa alma, enfrentado a lógica desumana do mundo. Perdoar é uma atitude libertadora, nobre e custosa, que traz consequências duradouras. Escrevendo aos romanos, Paulo Apóstolo recorda o acolhimento mútuo: "Acolham-se uns aos outros, como Cristo acolheu vocês, para a glória de Deus. Que o Deus da esperança encha vocês de completa alegria e paz na fé, para que vocês transbordem de esperança, pela força do Espirito Santo" (15,7.13).
 
É nessa alegria plena que um coração reconciliado vive. Libertemos as nossas almas superando os contratempos do mundo. Não mudaremos o mundo, mas mudaremos a nós mesmos! Viver esse equilíbrio é viver o amor, a compaixão e o respeito. Conquiste o território do seu coração e alimente o seu interior com a força do Evangelho! Do seu interior, jorrará o amor e a bondade!