É impossível permanecer o mesmo quando temos a nossa vida tocada pela vida de Cristo. O seu olhar, suas palavras e gestos e os seus ensinamentos trazem sempre algo de surpreendente. É como aqueles discípulos que iam de Jerusalém para Emaús e, ao conversarem com Jesus, sem ainda perceberem que era Ele, sentiam o coração arder.
Para ter a vida transformada, é preciso experimentar melhor a presença de Jesus, o que não acontece num ritmo agitado de uma vida atarefada e sempre preocupada com muitos afazeres. O nosso Deus não é alguém que se deixa encontrar na superficialidade das coisas.
Muitos que tiveram suas vidas transformadas pelas palavras e pelos gestos de Jesus, tiveram pressa de anunciar aos outros, essa grande maravilha. Assim foi com aquela mulher junto do poço, na Samaria, ou ainda, com Madalena que procurou o Senhor na madrugada seguinte do seu sepultamento, com o desejo de estar perto d'Ele. Pessoas que tiveram o coração transformado.
Despir-se de um coração de pedra implica assumir um coração de carne, capaz de aventurar-se a viver o amor, segundo o coração misericordioso de Jesus. Só seremos capazes de compreender esse amor incondicional de Jesus por nós, quando deixarmos amadurecer suas Palavras em nosso interior.
Frutos desse amor, como criaturas novas em Cristo, seremos portadores de compaixão, misericórdia e ternura em nossas atitudes, em nossas palavras e em nossos olhares. O mundo ao nosso redor será sempre o lugar oportuno para partilharmos a grandeza do amor de Deus.
Somos chamados, em Cristo, a ser expressão concreta do amor misericordioso de Deus. Precisamos aprender a nos alimentar de vidas partilhadas. Em tempos onde tudo é competição, onde temos pressa de erguer muros de separação, vale a pena recordar o nobre gesto de Jesus de estar a mesa com os seus, partilhando o essencial, partilhando a vida, a ternura e a esperança.