Na sua forma de ensinar os Apóstolos, segundo os Evangelhos, Jesus sempre os convidava para um lugar à parte, longe das atividades corriqueiras e do barulho social, para poder falar-lhes ao coração e provocar em cada um, a maturidade necessária para compreenderem os sinais do Reino de Deus
Muitas vezes, queremos seguir o discipulado de Jesus, sem nos dirigirmos para esse momento de mais intimidade com Ele. Seguimos a crença em meio ao barulho do cotidiano e do agito constante que acompanha a nossa vida. Pode ser que experimentemos Deus de maneira muito artificial e sem maturidade na fé, pois deixamos de experimentar o silêncio e a intimidade da nossa oração e do nosso encontro com a Palavra.
Precisamos dar à oração esse caráter de intimidade, de encontro afetuoso com Deus e, então sim, de uma verdadeira conversão cristã. Se nos sentimos tão frágeis na fé, é porque não temos alimentado de forma certa as oportunidades que temos de oração e encontro com o Senhor.
Nossa Igreja necessita de cristãos de interioridade, que testemunhem a radicalidade da fé e exerçam de maneira intensa a caridade para com todos, abertos ao diálogo, a acolhida e a evangelização. Mas o que evangelizar se nos sentimos pequenos frente aos desafios?
Quase sempre nos aproximamos de Deus com o coração carregado de ressentimentos e de desencontros que geram tanta divisão e ódio, tantas intrigas e rupturas que não nos permitem experimentar o perdão e o diálogo nos relacionamentos.
Precisamos esvaziar a alma das muitas angústias que carregamos para encontrar essa leveza diante de Deus, deixar-nos envolver pelo Seu olhar amoroso e sentir o palpitar do Seu coração carregado de compaixão e misericórdia.
Enquanto estivermos carregados de ocupações exteriores, não acolheremos o muito que o Senhor tem a nos ensinar, não nos silenciaremos para ouvir Suas palavras confortadoras e continuaremos a viver de maneira superficial o nosso entendimento das coisas do Céu.