Quando contemplamos o meio ambiente em que habitamos, sentimos uma grande tristeza por ver tamanha depreciação de toda a beleza um dia criada e deixada por Deus para ser a nossa "casa comum".
A ganancia humana, com sua violenta forma de destruir tudo o que está diante de si, foi decompondo a harmonia de tudo, transformando a beleza natural em resíduos sem vida. A Igreja faz a memória, neste mês de outubro, de São Francisco de Assis, que tão bem soube cuidar do meio ambiente e de todas as criaturas como dom precioso de Deus, irmanando-se com cada ser, como o sagrado de Deus entre nós.
Essa ganância avassaladora, que conduz o coração e a postura dos homens, derrubou a esperança de fazer dessa "casa comum" um lugar de respeito, de equilíbrio e de paz. Escreve o primeiro livro da Bíblia que, ao criar todas as coisas, Deus viu que tudo era bom e tudo se harmonizava para o bem das criaturas, mas a liberdade humana segue
destruindo tudo.
Poucos são os que ainda contemplam o que resta de bonito na natureza, mesmo diante das ameaças de sobrevivência. Que nossa prece seja a Deus para que conduza a humanidade a uma terra livre, cheia de ternura e de justiça, onde se possa partilhar os frutos
da terra.
A beleza de uma existência é o legado que se deixa para a eternidade e, infelizmente, corremos o grave risco de não ter mais o que deixar ou deixar, apenas, o registro de nossa
superficialidade e descompromisso com a vida. A humanidade precisaria de uma revolução onde o ódio que destrói e mata, fosse transformado pelo amor que constrói e origina a vida. Não outro modo de restaurar o que já se perdeu e ou sustentar o pouco que resta.
Que São Francisco de Assis, o santo da paz, inspire corações com desejo de levar a alegria, a paz, a concórdia e o amor onde não mais existe a esperança. Que os muros que
separam a humanidade se transformem em canteiros de flores, onde a alegria ainda possa ser estampada no rosto de cada ser humano.