Foi uma das grandes características de Jesus, o seu testemunho de compaixão por todas as realidades sociais em que se encontrava. Os Evangelhos nos apresentam diversas situações onde Jesus usou de compaixão e misericórdia diante da dor humana e da fragilidade do pecado, apontando-nos para o Pai.
"Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por eles" (Mc 6,34), basta recordar a viúva de Naim, o oficial romano, Maria Madalena, Zaqueu, Levi e tantos outros. Ele caminhou ao lado dos abandonados, dos discriminados, dos doentes, sempre apresentando o caminho da salvação.
Quando nos dispomos a seguir os Seus passos, quando abraçamos livremente o nosso discipulado, precisamos aprender esse primeiro ensinamento que nos identifica intimamente com Cristo. E não tem como seguir os passos do Senhor de maneira teórica ou discursiva, mas testemunhando, com atitude, esses gestos de compaixão.
Recorda-nos os ensinamentos do Papa Francisco: "É o amor que vem das entranhas que abre os olhos para a percepção dessa realidade, que converte pastoralmente a Igreja, que leva ao compromisso com a sua transformação". Como seguidores de Cristo, necessitamos exercitar de maneira intensa esse exercício maternal da compaixão.
Venceremos tantos sinais de violência com a insistência da mensagem do Evangelho estampada em nossas atitudes, em nossos comportamentos. Do contrário, corremos o risco de nos distanciar cada vez mais das ovelhas cansadas e abatidas.
Deixemo-nos seduzir pela pessoa de Jesus e nos envolvermos, cada vez mais, com seus ensinamentos, para testemunhar com nosso discipulado, essa grande mensagem do amor e da misericórdia.