Recordo-me da minha infância, quando chegava dezembro, daquela sensação de felicidade indescritível, pois seriam vários os dias para se brincar sem o compromisso de ir para a escola. Coisa de criança... ainda que o final do ano seja sempre um tempo de mais alegria para todos os corações.
Assim são as expectativas que criamos em nossos corações, boas ou não tão boas, dependendo do momento da vida que nos encontramos. Quantas são as pessoas que já dizem não existir tantas expectativas, talvez por não vislumbrar mais os sonhos em suas vidas.
Percorrendo esses últimos meses de 2020, creio que muitas das nossas expectativas se frustraram um pouco, pelo grande desafio que o mundo foi obrigado a se submeter e, por ainda, viver nas incertezas. Viver do incerto é como desestabilizar nossas perspectivas, destruir as expectativas e nos deixar impotentes diante dos muitos acontecimentos da vida.
Se a vida é sempre um aprendizado, como gostamos de repetir, que cada um esteja aproveitando ao máximo de tudo o que esta pandemia nos trouxe, das obrigatoriedades não desejáveis, do medo e da tristeza que centenas de pessoas estão vivendo, da partida de tantos que não voltarão mais.
Encontramo-nos num silêncio profundo que tem o sabor de muitas palavras, ensinando-nos a amadurecer para uma nova postura diante da vida, com mais respeito e delicadeza nas próprias atitudes, vencendo a brutalidade que vem ganhando espaço em nossas palavras, nossos olhares e nossas atitudes.
Confesso que ainda espero ver o mundo um pouco mais organizado e solidário, um pouco mais humano e capaz de resgatar um jeito simples de viver, facilitando mais o cuidado com tudo o que está ao nosso redor. Pode parecer uma utopia, mais ainda ouso dar uma chance para a paz!
Que este novo mês seja de reorganização das idéias e do coração, para nos tornarmos pessoas melhores, menos complicadas e capazes de sorrir mais, mesmo diante dos desafios.