Apresentada como "igreja doméstica", a família que nasce do Sacramento do Matrimonio é chamada a testemunhar esse grande compromisso de acolhida e de vivência dos mistérios de Deus
O grande desafio da vida conjugal é peregrinar num caminho dinâmico de crescimento constante e de realizações, caminho feito de conquistas e de derrotas, de fidelidade e de desafios, bem distante dos modelos ilusórios de felicidade e bem-estar que a sociedade criou e vai criando.
É nessa descoberta de um relacionamento amoroso que a vida conjugal se abre para o diálogo respeitoso entre os cônjuges, os pequenos gestos de delicadeza que compõem o dia-a-dia da vida de um casal, ao desejo da procriação e ao compromisso de se tornarem genitores comprometidos com a vida cristã.
Essa família tão humana e cristã, comunica aos filhos sentimentos de fé, que vai se configurando com a formação nas entranhas, criando convicções que as novas gerações levarão para toda a vida. Recorda-nos um antigo documento da nossa Conferência Episcopal que, ao citar a Catechesi Tradendae, diz: "Os pais devem ser orientadores não só para dar uma formação consciente e explicitamente cristã aos filhos, mas para eles mesmos crescerem em seu compromisso cristão e na capacidade de iluminar pela fé a realidade familiar e social, que são chamados a construir" (cf. CT 68).
Assim, cada família, como igreja doméstica, compõe essa grande família que é a nossa Igreja, uma comunidade de muitas comunidades, que tem a grande missão de alimentar e celebrar a fé de todos, criando vínculos de comunhão e de participação, semeando as sementes do Reino e saindo em missão para novos lugares onde o Espírito nos impulsiona.
Que cada família redescubra novos sentimentos de amor e de fé, que possamos reencontrar a nossa fortaleza nos ensinamentos do Senhor e "reencantarmos" o mundo com essa bonita mensagem do Evangelho, para que todos tenham vida e vida em abundância.