É muito comum encontrarmos partilhas humanas que relatam perder a própria liberdade quando buscam Deus. É como se Deus fosse sempre aquele "outro" pronto a nos punir em diversas de nossas atitudes.
Mas como seria possível Aquele que nos dá a liberdade como dom gratuito, ser também o que parece ameaçar nossa liberdade? Quantas são as situações de desequilíbrio, em nossas vidas, que nos faz pensar que Deus é sempre "aquele que está do lado de fora".
O Apóstolo Paulo, em diversas de suas partilhas, fala de sua liberdade em Cristo, Aquele que se tornou o único a satisfazer suas exigências radicais na plenitude da felicidade e da vida, saciando sua sede de infinito.
Assim como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica que o desejo de Deus está inscrito no coração humano, permitamos nos interrogar sobre esse desejo e não permaneçamos atrofiados em nossa procura. Estamos diante do Mistério Maior que se deixa ser encontrado e experimentado. É a aventura daqueles que se dispõem a peregrinar, na observação de tantos sinais e gestos, o quanto Deus se faz presente e nos permite caminhar, livremente, em nossas escolhas. A exigência da parte d'Aquele que se deixa ser encontrado é a interioridade e interioridade exige esforço e ascese, é mergulhar no interior, é experiência que complementa e plenifica.
Muitas vezes, essa peregrinação rumo ao nosso interior é marcada por dúvidas e angústias, que nos amadurecem em cada conquista que assumimos. É a espera ansiosa pelo encontro com Deus, encontro marcada mais pela experiência que pela doutrina, pois a vida vivida, convence mais que verdades teóricas.
Deus nos fez para a liberdade e caminha conosco todo o tempo. Ele apenas não quer que nos percamos nas escolhas da vida, mas nos dá sempre a oportunidade de discernir e escolher o que é o melhor para cada um.
Felizes aqueles que escutam, com atenção, Suas palavras e Seus ensinamentos, agindo com prudência, serenidade e inteligência.