Recordamos, historicamente, a proclamação do Brasil como República. Já sentimos, como recordação saudosa, olhar nosso Brasil como um País de belezas naturais, de um povo feliz, capaz de acolher e celebrar com festa, a vida. Hoje, com tristeza, acompanhamos a destruição das nossas reservas naturais, o sofrimento que invade as classes sociais menos favorecidas, a violência e a morte.
Nossa história é feita de esperanças e de decepções frequentes e nosso compromisso profético é anunciar um tempo de esperança, denunciando tudo o que seja causa de injustiça e afronta aos valores da vida. O Cristo da nossa fé veio para os enfermos, os mendigos, os indesejáveis da sociedade, os abandonados à beira do caminho, oferecendo-lhes uma oportunidade nova.
Cultivamos a esperança, reconciliando nossos corações com tudo o que promove a justiça e o respeito humano. Jesus não é e nunca foi um anarquista, mas alguém que desejou a liberdade para todos, numa sociedade marcada pela corrupção e pelo descompromisso com a vida. Como é doloroso ver a imoralidade, como é doloroso acompanhar o desenrolar de tantas mentiras em muitos que deveriam cuidar melhor do nosso povo, como é doloroso viver a impotência de não conseguir mudar os rumos da nossa história.
O Reino de Deus, anunciado por Jesus, é o mesmo que ter um "coração novo" e esse "Reino" já está entre nós, é o próprio Cristo, que ainda continua causando tantos desconfortos nas autoridades do nosso tempo.
Quem, infelizmente, não se dispõe a mudar, jamais aceitará uma mudança na ordem das coisas. O grande desejo de Jesus não foi abolir leis, mas comprometer-se com a vida.
Que nossa República reconheça seu descompromisso social e, em tempo, comprometa-se com os mais necessitados, cumprido as muitas promessas anunciadas em tempos eleitorais, resguardando a credibilidade de todo cidadão. Quem sabe ainda resguardemos a imagem de uma País de belezas naturais e de um povo feliz.