Ainda recordando a clássica obra do Pequeno Príncipe, o protagonista fala do quando o homem social se tornou distante da capacidade de se emocionar, de admirar e de se comover com a vida. Riscos que assumimos quando deixamos a ocupação do dia a dia tomar conta de nossos interesses.
Hoje vemos relações tomadas pela intolerância, pelo pouco diálogo, pelas asperezas. Vivemos comportamentos assim dentro de casa, no trabalho, na convivência comum. Foi analisando demais a flor que esquecemos de sentir o seu perfume e de compreender a sua linguagem de ternura.
Assim são os românticos, os artistas, pessoas que ainda arriscam descortinar o belo da vida pela fresta da beleza. É como não precisar definir um olhar de carinho, um gesto de simpatia, um ato de compaixão. Quantos gestos de Jesus foram compreendidos pela inteireza que manifestaram. Deus é assim, continua oferecendo seu olhar de compaixão, sentindo-se comovida em Suas entranhas por todos os seus filhos e filhas. Por estarmos tão preocupados com tantos afazeres, deixamos de curtir essa presença amorosa em nossas vidas.
“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos e eu vos darei descanso” (Mt 11, 28), somente um Deus tão amoroso é capaz de sensibilizar-se com os seus. Temos um Deus assim!
É o amor de Deus que se traduz, todos os dias e em todos os momentos, na possibilidade de nunca desistirmos de nós mesmos. Não somos o pecado que praticamos, mas como pecadores, somos capazes de voltar sempre para o abraço do Pai. Eis o momento da misericórdia, o momento da alegria do coração de Deus.
No abraço do Pai, recordamos a maior de todas as emoções, a certeza de que estamos protegidos e de somos pessoas especiais.