O Livro Sagrado dos cristãos, a Bíblia, recorda logo no início do primeiro livro, que a terra estava sem forma e vazia no princípio de tudo. Quando me deparo com o modo como o ser humano vive, mesmo depois de tantas conquistas e realizações, tenho a sensação de que a terra voltou a viver sem forma e vazia.
Num mundo onde o belo e o feio se misturam, pois o que importa é o consumo, tudo virou banalização e mesmo os grandes valores, outrora conquistados, são hoje deixados de lado, pois a relativização é o modo como as pessoas preferem construir suas certezas e identidades.
Tudo o que fazemos, tudo o que falamos e até mesmo pensamos, precisa ser altamente ordenado para não ferir o novo conceito da civilização. Vivemos como se caminhássemos sem uma meta e vagando sem rumo. Como diz a velha canção: "É preciso saber viver".
Essa desconstrução humana que passamos, vem deixando o ambiente da vida mais carregado de incertezas e de desilusões, vem deixando o meio ambiente desfigurado, vem deixando a convivência humana violenta.
Quantas pessoas constroem um verdadeiro terrorismo em situações tão pequenas, fruto de um desequilíbrio pessoal, pessoas carregadas de inveja ou ciúmes, incapazes de valorizar e aplaudir o crescimento do outro.
Quantos relacionamentos se comprometem pela não sinceridade de uma amizade que escraviza, não permitindo o outro ser feliz, amizades que sufocam, que sangram. Quem ama zela, quem ama cuida, quem ama, permite o outro ser feliz.
Já imaginou um mundo onde todas as pessoas se preocupassem com a felicidade do próximo? Creio que seja quase impossível fantasiar um mundo assim, diante de tanto egoísmo e tanta indiferença.