É paradoxal o modo como Jesus apesenta o Reino dos Céus, diante de uma sociedade que valoriza a conquista e o ter como a chave de qualquer vitória. No Céu, o maior é como uma criança ou aquele que serve, que lava os pés.
Ser grande diante de Deus é abrir mão de todo orgulho e egoísmo e entrar pela escola da humildade e do serviço. Quem, na sua prepotência ou arrogância, estaria disposto a abrir mão de tudo?
Por isso, o Reino dos Céus, pede conversão! É como inverter a marcha e percorrer novamente o caminho, retrocedendo no modo de ser e pensar e conquistando uma nova postura.
O discípulo de Cristo precisa entrar nessa escola. O Reino dos Céus é patrimônio daqueles que se sentem pequenos e imaturos, mesmo que crescidos. Ser esse alguém que não tem importância é a conversão que Jesus exige daquele que deseja importar muito para Deus.
A comunidade dos discípulos ainda não é o Reino dos Céus, mas é chamada a tornar-se. Por isso, é preciso voltar a interessar-se pelas coisas que não passam, por aquelas que têm futuro.
Antes de pensar em ser grande no Reino, é preciso ser digno de entrar nele. Como? Fazendo-se criança! Não se trata de um infantilismo, sabemos, mas de ter a ternura e a simplicidade descomplicada de uma criança.
A escolha é nossa: queremos ser grandes aos olhos de todos ou aos olhos de Deus?
Enquanto houver discípulos carentes de estima e de cuidados, a comunidade não pode se sentir salva. Aqui entendemos o quanto Jesus nos desconcerta. Seguir o Seu caminho é mesmo dispor-se a viver um tempo de contínua conversão e provocação.