Um dos desejos explícitos de Jesus aos seus é de que permaneçamos n'Ele, para que possamos dar muitos frutos. Trata-se de um gesto profundamente humilde e cercado de amor, permitindo que a Sua obra de bondade perpetue em cada um dos seus seguidores. Buscamos Deus porque Ele primeiro nos buscou e assim somos conduzidos por Ele, com mão forte e ternura infinita, educados afetuosamente, como bem nos revela a Sagrada Escritura.
Escreve o salmista: "O Senhor é o meu pastor. Nada me falta" (Sl 22, 1) na grande certeza de que Ele caminha conosco e nos leva para boas pastagens, concedendo-nos o repouso. Em Cristo, saímos do nosso rastejar cotidiano e buscamos o alto da montanha, pois buscamos a santidade e a perfeição e é o Senhor quem nos impulsiona a não desistir.
Essa relação com Deus não pode ser uma relação teórica, uma relação feita de conveniências ou puro sentimentalismo emocional, mas uma relação viva, com um Deus que está vivo diante de nós. Permanecer em Cristo é ter sede de contemplá-Lo e ter a alma mergulhada na Sua presença.
Quando desejamos o Absoluto, compreendemos que muitas coisas que antes pareciam importantes, deixam de ocupar espaço em nós. Abrindo-se à vontade de Deus em nós, sentimos o amor ocupar o nosso interior e, dessa forma, passamos a olhar o mundo ao nosso redor com mais compaixão e misericórdia.
Eis o sentido do verdadeiro discipulado, pois Cristo não quer admiradores e sim, pessoas capazes de continuar o Seu legado, oferecendo para todas as pessoas, particularmente os mais sofredores, um pouco de conforto e esperança.
Em Cristo seremos sempre um fruto bom e teremos sempre coisas boas para oferecer aos que se aproximam de nós. É o Senhor quem nos guia por bons caminhos, na certeza de que a felicidade e o amor nos acompanham todos os dias da nossa vida, diz o Salmo 22.