Nesse mundo tecnológico que vivemos, muitos ainda vivem a ilusão de que a vida se resolve apertando um botão, originando vidas superficiais e inautênticas, vidas que não são vidas, feitas de imagens e aparências.
Jesus, em muitos dos seus ensinamentos, falou de um Deus que não se deixa impressionar pelas aparências externas, mas por aquilo que realmente está dentro dos nossos corações. Numa sociedade que valoriza a aparência externa, onde tudo tende ao prazer e ao consumo exagerado, desejar valores essenciais, é algo raro e que demanda uma postura de vigilância.
Deus não salva o que parece ser ou que aparentemente fingimos ser, mas Ele salva o que realmente somos. Podemos enganar a todos, mas é impossível enganar Aquele que nos conhece intimamente - "Javé, tu me sondas e me conheces. Tu conheces o meu sentar e o meu levantar, de longe penetras o meu pensamento.
Examinas o meu andar e o meu deitar, meus caminhos todos são familiares a ti" (Sl 138, 1-3). O grande desafio que temos diante de nós é não nos deixamos adulterar pelos corações endurecidos da humanidade que preferiu abrir mão de Deus para viver uma vida desregrada, descomprometida com a Verdade e mergulhada em muitas ideologias que comprometem valores essenciais da vida.
É na travessia da vida, feita de surpresas nem sempre esperadas, que nos deixamos amadurecer pelas quedas que enfrentamos.
A Cruz de Cristo é o maior ensinamento que podemos ter, contemplando esse grande mistério de Deus no mais devastador de todos os silêncios que o mundo já conheceu.
Em Cristo, novas criaturas, aprendemos a entrar no nosso interior, sepultados em nossas incertezas e infidelidades, para ressurgir com a vida nova, tocados por Aquele que é o Caminho, a Verdade e Vida, o Único capaz de fazer novas todas as criaturas.