Solícitos no amor

A tranquilidade interior requer sempre um tempo de espera, longe das agitações, onde descobrimos um pouco mais das qualidades que Deus nos dá.


Em diversos momentos da convivência de Jesus com seus Apóstolos, Ele os convidou para um lugar à parte, para que pudessem descansar um pouco. Enquanto vivemos na turbulência da agitação que a vida impõe sobre todos nós, corremos o sério risco de não experimentarmos o tempo da tranquilidade que nos leva a paz interior.

                A tranquilidade interior requer sempre um tempo de espera, longe das agitações, onde descobrimos um pouco mais das qualidades que Deus nos dá, capacitando-nos, a todo momento, para a vivência e a prática do amor.

                Fortalecidos nessa certeza, tornamo-nos solícitos no amor, sensibilizados com a dor humana, manifestada em diversas formas, arriscando-nos a comportar como o próprio Cristo que "viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor" (Mc 6, 34). Esse processo de nos tornamos como Cristo é longo e doloroso.

                A compaixão de Deus em nossos corações é que nos faz sensíveis ao ser humano, cada um na sua singularidade, desafiando-nos a condividir nossos bens e talentos. É o sentido que compreendemos da Eucaristia.

                Essa intimidade dos Apóstolos com Cristo, em lugares desertos e distantes, permitiu que cada um entrasse na intimidade do próprio coração, para sentir o mais proximamente, o Coração do Mestre. É dessa intimidade que necessitamos se desejamos assumir, convictamente, nosso discipulado.

                Que cada batizado viva mais a alegria de praticar pequenos gestos de amor, contagiando o mundo todo com a linguagem do Evangelho, tornando mais leve a convivência humana e despertando mais esperança nos corações.