Numa sociedade onde as palavras já perderam o valor, por tantas mentiras que escutamos o tempo todo, por tantas traições, o testemunho que convence é a vida.
Quando passou os seus dias entre nós, o Homem de Nazaré, buscou imprimir no coração dos seus discípulos esse testemunho de simplicidade e de fortaleza, preparando-os para enfrentar um mundo rodeado de "lobos", que estão sempre prontos para atacar e devorar as ovelhas. O anúncio do Reino dos Céus é o anúncio libertador e carregado de esperança, causando grande transtorno aos ouvintes, pois é um anúncio exigente demais.
Como é possível, num mundo de tanta intolerância, comportamento egoísta, indiferença e distanciamento, falar de perdão, de misericórdia e de mansidão? Temos nossos "espinhos", nossas fraquezas, mas, uma vez dispostos a viver com Cristo, deixamos nossa vida ser transformada por Ele e, dessa forma, buscamos exercer esse discipulado testemunhando com nossas vidas, o que nem mesmo compreendemos humanamente.
É a liberdade que descobrimos em Cristo de fazer o que devemos fazer e nos sentir participantes desse anúncio que trazemos em nosso testemunho. Falamos daquilo que vivemos e falamos, exatamente, com os muitos sinais que demonstramos de compreensão, de diálogo, de bem-querência, de cuidado para com o próximo.
O grande testemunho que Jesus nos deixou, foi ir ao encontro dos mais necessitados e abandonados pela sociedade e encontra-los lá, onde estavam, oferecendo-lhes uma maneira fácil de retomarem a viagem de volta para a vida.
O Reino de Deus não é um Reino que se conquista com regras, mas com amor, com desprendimento, fazendo-se o último ou aquele que está disposto a lavar os pés dos outros.
"Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes essas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos" (Lc 10, 21). Por isso se torna um comportamento tão difícil de ser compreendido pelos homens, carregados de tanta ganância em seus corações.