Tornar-se pequeno


Considero um grande desafio esse deixado por Jesus: “...se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18, 3) e digo desafio, particularmente, num momento em que a arrogância e a prepotência cresce de maneira acelerada no coração humano, onde a violência e a falta de respeito pela dignidade das pessoas é uma constante no comportamento humano. Como então esperar que alguém se faça como uma criança? Como esperar que alguém abra mão de suas vaidades e busque agir com pureza de coração num meio de competitividade e de pessoas que buscam, a todo custo, crescer às custas de outros?

Pode ser desconcertante, não é, tornar-se pequeno quando somos impulsionados a crescer, a querer mais, a possuir mais...mas o Senhor se preocupa com essa ganância humana que nos tira do caminho do Céu, pois desvirtua o desejo de santidade, deixando as pessoas mais preocupadas com artificialidades, num momento em que precisamos nos preocupar com o essencial.

Quem sabe o risco de “tornar-se pequeno” seja uma excelente oportunidade de nos reorganizarmos em nossas posturas, abrindo mão de vaidades desnecessárias e nos tornando pessoas mais sensíveis ao bem, dispostas a construir um caminho de felicidade feito de delicadezas e gestos de bondade, um verdadeiro caminho inaugurado por Jesus e semeado no coração dos seus discípulos e discípulas.

Precisamos aprender que ser bom não é ser ignorante, ser trapaceado, mas é ter a coragem de, todos os dias e sempre, semear oportunidades de um mundo melhor, que pode começar sempre ao meu redor, a partir das minhas atitudes mais cristãs!

É no coração do humilde que Deus revela sua grande e infinita Sabedoria. Felizes os que suplicam por essa Sabedoria!

Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra em herança (Mt 5, 5).