Um amor que restaura

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Estando em Cesareia e encontrando-se com Cornélio, um centurião considerado homem justo e temente a Deus e estimado por todo o povo judeu, como nos descreve o livro dos Atos dos Apóstolos, Pedro assim se expressou: "...Deus não faz diferença entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, seja qual for a nação a que pertença" (At 10, 34-35). Essa descoberta vivida pelos Apóstolos, revela a promessa de Deus de cuidar de todo o seu povo, não mais permitindo as divisões de todas as formas. Como comunidade dos seguidores de Cristo, temos muito a aprender com a observância dos Seus ensinamentos, pois Jesus veio para que todos tenham vida e vida em abundância, inaugurando um tempo novo de mais solidariedade. É notável que toda miséria vem do egoísmo das pessoas, da triste indiferença que faz parte do comportamento mesquinho das pessoas, um comportamento incapaz de se sensibilizar com a dor alheia. Jesus se faz pão, pão que é repartido como sinal visível do amor de Deus. A mesa sagrada não é lugar de discriminação ou segregação, mas partilha generosa onde aprendemos a recolher até as sobras. O amor em Cristo é um amor restaurador, que enxerga o homem caído pela estrada e se aproxima para oferecer atenção e cuidados. O amor em Cristo não é uma doutrina, mas um amor transformado em gestos, um amor que não permanece num plano teórico, mas carregado de praticidade. Deixemo-nos ser atingidos por esse amor e permitamos que o Espírito Santo transforme o que ainda relutamos em não nos fazer semeadores do amor. Não sejamos repetidores de uma religiosidade que oprime e fere, mas que apresenta o rosto compassivo e misericordioso do Pai. Num mundo marcado por tanto ódio, que definitivamente aprendamos a levar o amor.