Um Deus que é ternura

A vida de Jesus, narrada nas Escrituras, oferece a possibilidade de nos encontrarmos com a ternura


Esses anos da minha vida consagrada, na experiência de me encontrar com Aquele que seduziu o meu coração, sempre deixei-me incomodar pelas Suas atitudes fortemente marcadas pela ternura e a compaixão. Esse foi e é o Cristo que me seduziu!

Viver um contexto onde a indiferença e a violência contornam o comportamento humano é urgente, como diz a canção: "só não permitir que a maldade do mundo te pareça normal" e dessa forma, descobrir em nós, os traços da bondade de Deus.

A vida de Jesus, narrada nas Escrituras, oferece essa possibilidade de nos encontrarmos com uma existência marcada pela ternura no modo de viver e de falar, pelos Seus gestos e Seus ensinamentos. E foi assim que Jesus contagiou a muitos, trazendo alguns para perto e ensinando-os esse caminho de radicalidade pelo Reino de Deus.

Por isso, as bem-aventuranças se tornam um tratado de vida nova, destacando os que sofrem e são perseguidos como aqueles que merecerão o Reino dos Céus. Felizes os que promovem a paz, os que promovem a justiça, os que promovem o amor!

São valores novos que os ensinamentos de Jesus trazem ao coração humano, acostumado com a violência da vida, marcado pelos fracassos, derrotas, pecados e morte.

Jesus é o homem da docilidade, da bondade, da mansidão, da compaixão e isso não significa se tratar de um homem sem forças, sem coragem e determinação, onde muitas vezes mostrou Sua reação de aversão ao comportamento de muitos, particularmente daqueles homens religiosos do Templo, tão descomprometidos com a Verdade.

A Palavra de Deus nos apresenta Deus como um Deus de amor e de compaixão e não existe outra forma de nos relacionarmos com Ele  se não for por essa incrível descoberta. Sim, temos um Deus que é amor e compaixão!

Por isso, não deixemos que a maldade do mundo nos pareça normal, sejamos seduzidos pela ternura de Jesus e não tenhamos acanhamento em expressar gestos de bondade e laços de humanidade. É preciso urgência em curar as feridas abertas, em resgatar o sentimento de pureza que o sopro de vida inflamou em cada um de nós.

Muitos são os gestos de desafeto, muitas são as incoerências entre o que professamos na fé e o que vivemos na realidade e é preciso pôr um ponto final em tudo isso. Como criaturas novas em Cristo, avancemos para uma pesca mais profunda. Ele nos quer como irmãos e irmãs, filhos amados do Pai.