Um povo de irmãos


A Constituição Dogmática Lumen Gentium, que fala sobre a Igreja, é um importante documento do Concílio Vaticano II, que refletiu sobre a constituição e a natureza da Igreja, não somente como instituição, mas como Corpo Místico de Cristo. E, ao falar desse "povo de Deus", a presente Constituição, manifesta essa grande unidade pela qual Cristo é a Cabeça.

O desejo de Jesus é que todos vivam como irmãos, cada um trazendo a própria riqueza de dons e buscando viver a unidade na diversidade. Viver como irmãos, na unidade, não significa todos pensarem e agirem do mesmo modo, mas buscar o diálogo e o respeito pelas diversidades, desejando o bem comum, onde a vida esteja acima de tudo.

A irmandade é capaz de diminuir as injustiças e a violência, respeitando a vida humana como dom de Deus e estando a serviço das necessidades mais básicas, para que todos tenham vida e vida em abundância, unindo a liberdade e a solidariedade.

Quantos rostos sofridos ainda estampam a nossa realidade! Necessitamos resgatar a dignidade das pessoas e construir assim, uma nova civilização marcada pela justiça e pelo amor. Isso não pode ser uma utopia, mas realidade para todos nós.

Como o antigo povo de Israel que viveu na escravidão, não podemos mais receber esse jugo. Cristo é aquele que nos quer livres - "Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livre" (Gl 5,1) e essa liberdade é a certeza do Reino de Deus entre nós.

Que o ser humano tenha a coragem de superar as intolerâncias e valorizar a riqueza das diversidades, olhando para o bem comum, construindo um novo tempo de mais fraternidade e bem-querência.