Taubaté comemora mais um aniversário de fundação

A fundação das cidades valeparaibanas e ocupação do território se deve, principalmente, a uma disputa de terras entre parentes no Litoral Sul


Em 1968, o skyline taubateano contava com poucos edifícios, entre eles, o da Drogasil, Santa Marcia, Santa Marina, Andreia Parodis, Gaivotas, Rio Branco, Alexandre Patto e Urupês  (edifício do Tesourinho)Em 1968, o skyline taubateano contava com poucos edifícios, entre eles, o da Drogasil, Santa Marcia, Santa Marina, Andreia Parodis, Gaivotas, Rio Branco, Alexandre Patto e Urupês (edifício do Tesourinho) (Foto : Acervo Municipal)

Hoje é o aniversário da cidade célula mater da região, reduto cultural efervescente que ainda ostenta merecidamente o título de Capital Universitária do Vale do Paraíba. Uma terra de oportunidades e berço de tantas personalidades ilustres como Monteiro Lobato, Renato Teixeira, Cely Campelo, Cid Moreira, Hebe Camargo e tantos outros.

A história de Taubaté, primeiro núcleo oficial do Vale do Paraíba. Vem de um projeto muito anterior ao de sua fundação em 5 de dezembro de 1645. Para esse intento, foi escolhido o sertanista Jaques Félix. Até então, o que havia no lugar era o chamado "caminho do norte" dos sertanistas, com paragens como a "tapera do gentio" (Tremembé) e as de Jacarey, Pindamonhangaba e Guaratinguetá, lugares apenas para repouso e entrepostos de alimentos.

Ocupação - Antigos documentos datados de 22 de julho de 1643, relatam que o Capitão-Mor João do Prado Martins já vivia com toda a sua família e agregados em uma data de terra hoje pertencente à Pindamonhangaba. Muitos anos antes, em 1560, o desbravador Bras Cubas já havia adentrado a região do Médio Vale com uma enorme expedição. 

A fundação das cidades valeparaibanas e ocupação do território se deve a um fator principal e prioritário, forçado por uma disputa de terras em família. Vendo que seu primo, o Conde de Monsanto tentava apropriar-se de suas propriedades, a Condessa de Vimieiro - herdeira de Martim Afonso de Souza -, desmembrou da Capitania de São Vicente em 1624 uma área que denominou Capitania de Itanhaém da qual tomou posse.

Com ela, ficaram todas as terras entre as duas serras ao longo do Rio Parayba, de Jacarehy à Cabo Frio. A contenda entre herdeiros, no entanto, não chegava ao fim e  havia o temor de que a Condessa não conseguisse manter a posse da extensa propriedade. Foi aí que entraram em cena os chamados sertanistas. 

A partir daí, a donatária da nova capitania delegou poderes a seus capitães, o primeiro deles João de Moura Fogaça, que em 1628, deu provisão para que Jaques Félix e sua família viesse para a região. Sua missão era construir um reduto, uma vila oficial, com igreja de porte, cadeia, casa de fundição de ouro, casa de conselho, engenho e moinho.  

Vale destacar, entretanto, que o sertanista só tomaria posse das terras a partir de 1639, quando chegou ao Vale trazendo a família, empregados, escravos, índios apresados e animais. Com sua equipe, deu início então à construção de uma vila planejada, com ruas bem traçadas, seguindo o padrão usado nas principais cidades europeias daquela época.

No dia 5 de dezembro de 1645, em homenagem ao santo do dia, São Francisco das Chagas, Jaques Félix promoveria então a fundação de Taubaté, a primeira povoação realmente constituída da região.