Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foram às ruas do país neste domingo (26). Opositores torciam pela pouca presença de público, mas não se surpreenderam com o número de manifestantes na rua que, se por um lado, não pode ser considerado um fiasco, por outro, não foi nada impressionante a ponto de colocar o líder do Executivo em uma posição acima de seu slogan de campanha: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!"
Os atos foram convocados em resposta aos protestos realizados em 15 de maio contra os bloqueios anunciados no Orçamento da Educação. Inicialmente, a pauta preparada pelos apoiadores se mostrava difusa e preocupou Bolsonaro. Os setores pretendiam ir às ruas não só em ataque ao chamado "centrão" (partidos de centro e centro-direita). O grito de guerra nas hashtags pregavam mensagens como "Fechar o Congresso" e "Invadir o STF". Isso dividiu empresários bolsonaristas e parte deles recuou no apoio.
Não foi uma mobilização portentosa como a do dia 15, mas vem na hora certa em que Bolsonaro precisa reverter a queda de popularidade mais rápida que já se viu em uma jovem gestão. Sejamos claros e cristalinos: vivemos tempos de uma conjuntura econômica brasileira que amargou em 2018 um déficit primário de R$ 130 bilhões e vê no ocaso de 2019 uma previsão medíocre de crescimento do PIB. Pra melhor esclarecer, as contas não batem desde 2014 e podemos ter a repetição desse cenário!
Além das sequências de rombo e, pra colocar mais agonia no atual governo, na última sexta-feira (24), pela primeira vez, uma pesquisa apontou ao presidente índice maior de rejeição em relação ao de aprovação. O Instituto Atlas Político revelou levantamento onde aponta que 36,2% considera a gestão do pesselista ruim ou péssima, enquanto 28/6% acha que é ótima ou boa. A parcela que considera o governo regular é de 31,3%.
Resta ao governo torcer para que doravante não tenha que enfrentar o "efeito rebote". Nos bastidores do Planalto já há informações de que os ataques deste domingo irritaram os parlamentares ligados ao centrão. A cúpula de Bolsonaro também já se prepara para uma mudança de peça no tabuleiro por parte do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, principal alvo dos manifestantes.
Embora trôpega, a democracia segue seu rumo e mostra que o bolsonarismo se consolida. Chega a ser até comovente ver os adeptos em um imaginário de super heróis vingadores do povo. E no final, acaba sendo intrigante essa percepção de que a legião de fãs não tenha a ideia de onde virão os necessários superpoderes que seu herói precisa para fazer o bem triunfar.
Nem todo herói tem uma plantação de super-amendoim no quintal!