Por que tantas pessoas tem medo de fazer outros investimentos além da poupança?


Ganhar o primeiro salário… e colocar parte dele direto na poupança! Esse é um costume muito presente no dia a dia dos brasileiros e até hoje é a forma mais comum de guardar dinheiro. Mas, felizmente, cada vez mais, a caderneta não é vista como um bom investimento, pois não possui rentabilidade equivalente a outras aplicações. 

Ainda assim, mais de 50% da população ainda aloca suas economias na poupança. Pelas características da conta ou mesmo por outras ideias que foram se criando a respeito dela, ainda há uma tradição muito grande e, mais do que isso, certo receio de se aplicar em outros investimentos. 

Isso porque, por mais que as pessoas tenham um perfil gastador, tratar de dinheiro é um assunto bastante delicado, principalmente porque investir ainda é um tabu, associado a perda de dinheiro, por causa de um real desconhecimento acerca do mercado financeiro — prova disso é a existência de uma parcela dos brasileiros que não deixa seu dinheiro sequer na poupança, fazendo parte dos não-investidores do país. 

Nesse sentido, é bastante válido se perguntar o porquê de tanto receio e, claro, quais são as maneiras de vencer esse medo e passar a aplicar uma parcela das economias com segurança e maior rentabilidade do que na caderneta.

O medo de investir e as suas soluções

Existem diversos âmbitos, além do econômico, que influenciam diretamente na escolha pela poupança na hora de optar pelo melhor investimento. Fatores sociais e culturais são os mais presentes, o que torna o uso da caderneta uma tradição já enraizada em todo o país; isso significa que nossos avós possuem maior dificuldade para mudar de investimento, por exemplo.

No entanto, derrubar alguns dos mitos que envolvem a poupança é mais simples do que parece. Com uma infinidade de investimentos mais rentáveis e igualmente seguros, ainda mais se considerarmos a renda fixa, a caderneta passa de queridinha dos brasileiros a vilã.

O risco

Falar em dinheiro investido, para grande parte dos brasileiros, é falar em ações. O mercado financeiro possui, infelizmente, uma fama de volátil e arrebatador: é possível perder tudo em questão de segundos. De fato, existem ativos que oscilam bastante, mas há também outras aplicações estáveis, com rentabilidade pré-definida e, por isso, muita segurança. 

A poupança possui fama de ser o investimento mais seguro, até por contar com o Fundo Garantidor de Crédito. No entanto, já deu sinais de instabilidade como qualquer outro — basta lembrar-se do congelamento das contas no governo Collor. Como alternativa, existem diversas aplicações de renda fixa, como o Tesouro Direto, que traz nenhum risco de crédito, ou as Letras de Crédito, que também possuem cobertura do FGC.

As aplicações mínimas

A poupança foi criada para pequenos investidores, isso é um fato. Com apenas R$ 1, é possível abrir uma conta gratuita, sem incidência de impostos, e apenas transferir parte do salário para a caderneta render. No entanto, hoje existem também outras aplicações pensadas para pessoas comuns. 

É o caso do Tesouro Direto, criado em 2002 especialmente para investidores menos experientes. Claro, o valor para dar início aos investimentos é um pouco maior se comparado à poupança — cerca de R$ 30 —, mas é um preço bastante acessível, além de proporcionar melhores rendimentos.

A liquidez

Este é um fator que ainda traz estranheza à grande parte das pessoas. O medo de não o próprio dinheiro não estar disponível para momentos de emergência faz com que a poupança ainda seja a primeira escolha para armazenar o salário (importante salientar a palavra armazenar, visto que os rendimentos da caderneta não são vantajosos). 

No entanto, nesse quesito, é preciso considerar um outro fator que vai além dos investimentos — e deve vir primeiro que eles —, o planejamento financeiro. Traçar um plano é essencial e, a partir dele, garante-se uma reserva de emergência que estará disponível para os momentos de maior necessidade. Com isso, é possível realocar patrimônio para aplicações com maior risco de liquidez, ou seja, com mais dificuldade de serem transformados em dinheiro.

A falta de educação financeira

A maior parte das premissas que giram em torno da poupança são criadas culturalmente. Mas a falta de educação financeira faz com que elas se perpetuem e se transformem em aversão a investimentos. Outro fator bastante influenciado por isso é o pensamento de que investir é algo para quem especialistas ou pessoas com melhores condições financeiras. 

O valor mínimo de algumas aplicações é a prova real de que aplicar dinheiro pode ser feito por qualquer um, ainda mais se considerarmos a quantidade de consultorias financeiras que existem para auxiliar os menos experientes. O ideal, nesse ponto, é auto-conhecimento — compreender quais são seus o objetivos e perfil de investidor —, estudo e, claro, começar por algum lugar; vale a pena investir em renda fixa e depois passar para outros tipos de investimentos. 

O mais importante é começar! É um grande passo entender que a poupança não é um bom investimento e isso começa com pesquisa. Compare aplicações, peça ajuda a quem possui mais experiência e sempre diversifique seus investimentos.