CDI, como calcular e qual sua importância nos investimentos


O mercado financeiro é sempre repleto de siglas e termos e correlações que, nem sempre, é possível conhecer tudo logo de início. É um processo que demanda estudo, mas não necessariamente é difícil de ser compreendido. Muito pelo contrário, depois de conhecer, tudo fica bastante simples! 

É o caso dos investimentos em renda fixa: possuem muito menos complexidade e, por ter rendimentos calculáveis, são a porta de entrada para o mercado financeiro. De modo geral, são títulos emitidos por instituições financeiras para financiar projetos públicos ou privados — na prática, funciona como uma espécie de empréstimo. 

O investidor, ao comprar o título, compromete seu dinheiro em tais financiamentos; em troca, na data do vencimento, ele recebe o valor de volta acrescido de juros, o que caracteriza a rentabilidade da aplicação. Existem duas maneiras de calcular essa taxa de retorno: de forma pré e pós-fixada. 

No primeiro caso, prefixado, o rendimento é definido por meio de uma porcentagem fixa, como 8% ao ano. Isso faz com que o investidor saiba, no momento da compra, quanto o dinheiro irá render; já no segundo caso, essa taxa  fica atrelada a um índice de referência, como o IPCA.

Qual a relação da renda fixa com o CDI?

Quando falamos em títulos atrelados é um índice de referência, um benchmark, incluímos o CDI na lista. Isso mesmo, o CDI não é um investimento, mas sim um indicador bastante utilizado nas aplicações pós-fixadas. 

Isso porque, juntamente com a taxa básica de juros — a Selic —, ele é aceito como a taxa de retorno mínima para todos os investimento. Ná prática, qualquer título que esteja ligado ao CDI sofrerá as mesmas variações que ele durante o período da aplicação.

Mas o que significa CDI?

O Certificado de Depósito Interbancário é, na verdade, uma taxa responsável por lastrear todas as operações interbancárias. Normalmente, um banco empresta dinheiro a outro com prazo de 24h. A média da taxa de juros desses empréstimos é o CDI. 

Isso ocorre por causa de uma regra do Banco Central em que todos os bancos precisam ter saldo positivo no balanço diário. Assim, quem estiver em superávit, faz um empréstimos para os deficitários por meio do CDI.

Como funciona a rentabilidade de um título atrelado ao CDI?

Assim como em outros investimentos pós-fixados, a rentabilidade de uma aplicação atrelada ao CDI funciona por meio da entrega de uma porcentagem desse índice. Assim, cada variação dele impacta diretamente no rendimento do título. 

É possível tomar como exemplo o CDB (Certificado de Depósito Bancário) pós-fixado, cuja taxa de retorno é 110% do CDI, ou seja rende 10% acima desse benchmark. Vamos supor que o CDI esteja a 10%, significa que a rentabilidade bruta é de 11%. 

Fala-se em rentabilidade bruta, pois incidem na maioria dos títulos de renda fixa, o IOF (apenas para resgates feitos em menos de 30 dias de aplicação) e o Imposto de Renda, decrescente conforme o tempo — variando de 22,5% para, no máximo, 180 dias até 15% para mais de 720 dias.

Vale a pena investir em ativos atreladas ao CDI?

Essa é uma questão bastante delicada, principalmente porque o CDI, como dito anteriormente, define o retorno mínimo dos investimentos. É preciso pensar também que um aumento no CDI significa também que o real está mais alto também, além dos juros e da inflação. 

Ainda que possa ser interessante para quem já possui dinheiro aplicado em títulos de CDI, pois tem maior rentabilidade, não necessariamente é um momento vantajoso para a economia como um todo. No contrário, quando a taxa CDI baixa, os títulos prefixados ficam mais interessantes, pois tendem a render mais. 

Então, tudo depende do título adquirido e dos objetivos. Aplicações de liquidez diária, como o Tesouro Direto, podem ser menos arriscados em caso de queda do CDI; já para investimentos com período de carência, como as LCIs e LCAs, existe uma chance de perder rentabilidade nesses casos. 

Uma boa dica é sempre conferir o histórico da aplicação em que se pretende investir. Isso ajuda a fazer um comparativo para tentar mensurar a possibilidade de ganhos ou perdas. Outra dica é ter em mente que, quanto maior o tempo de aplicação, maiores serão os rendimentos. 

Por último, mas não menos importante, vale a pena contar com consultorias especializadas, que ajudam a traçar um perfil de investidor, organizar as finanças é priorizar os objetivos de vida. Tudo isso colabora para que os investimentos sejam o mais assertivo possível e, por consequência, tragam os melhores resultados.