Educação financeira como facilitador para ter mais qualidade de vida

Ela te ajuda a economizar, cortar gastos, poupar e acumular dinheiro


Ter uma vida tranquila é, entre outras coisas, manter as contas organizadas, por exemplo. Deixar de fazer compras por impulso e pesquisar preços para não afetar o orçamento são ações fundamentais e podem contribuir com a realização dos sonhos e objetivos com mais facilidade.

Ter uma educação financeira para aprender a economizar, cortar gastos, poupar e acumular dinheiro é muito importante. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, a educação financeira pode ser definida como o processo pelo qual consumidores e investidores melhoram a compreensão sobre produtos, conceitos e oportunidades financeiras com informação e instrução, desenvolvendo habilidades e confiança de modo a ficarem mais cientes sobre os riscos e oportunidades financeiras, para fazerem escolhas mais conscientes e, assim, adotarem ações para melhorar o bem-estar.

Mas se engana quem pensa que educação financeira é "só" isso. "Vai muito, muito além. Inclui buscar uma melhor qualidade de vida não apenas para o presente, mas também para o futuro, proporcionando a segurança material necessária para aproveitar os prazeres da vida e ao mesmo tempo obter uma garantia para eventuais imprevistos, como doenças, viagem de última hora, compromisso familiar, reparos em casa ou no carro etc.", explica Rodrigo Salim, especialista financeiro com mais de 15 anos de experiência em empresas do segmento, graduado em Direito pela Universidade Mackenzie e MBA em Gestão Empresarial pelo INSPER/IBMEC.

É, parece "fácil" buscar este equilíbrio na vida financeira, mas não é. Não existem soluções rápidas ou milagrosas. Ter em mente o quanto ganha e o quanto gasta mensalmente é um importante passo para quem deseja se organizar. Saber o que entra e o que sai de dinheiro na conta é essencial para manter os pagamentos em dia no presente e planejar com sabedoria o futuro.

"Essa busca pela qualidade de vida no presente e no futuro envolve o estabelecimento de objetivos que podem ter valores e prazos diversos. Uma viagem internacional, trocar de carro, comprar a casa própria ou acabar com a dívida do cartão de crédito são objetivos bem diferentes que precisam de uma mesma ação: planejamento", diz Salim.

São muitos objetivos que na maioria das vezes contam com poucos recursos. É preciso priorizá-los e, por fim, manter o foco, estabelecer metas de economia e planejar com sabedoria. E sempre que tiver que tomar uma decisão sobre gastar ou não gastar, pensar em como essa decisão fará com que a conquista das metas fique mais perto ou mais longe.

Anotar diariamente todos os gastos realizados e qual o meio de pagamento utilizado, se foi pago com dinheiro, cartão de débito ou crédito, Pix etc., agrupá-las em categorias, como educação, carro, alimentação, moradia, lazer etc., para poder realizar uma melhor análise é primordial. Feito isso, será possível verificar as quantias gastas em cada categoria e então estabelecer um orçamento, um limite de gastos.

Pode acontecer de ser necessário fazer um corte de gastos, abrir mão, em muitos casos, daqueles pequenos prazeres que parecem fazer a vida valer mais a pena. Esse sacrifício será necessário para alcançar o objetivo e é a base do pensamento da educação financeira.

Não menos importante, duas situações que merecem especial atenção. A primeira é não misturar os gastos da conta empresarial com os gastos da conta pessoal. Mantê-las separadas vai ajudar a saber quanto o negócio tem de lucro, o quanto gasta e o quanto poderá ser investido nele, por exemplo. A segunda é conversar com a família sobre educação financeira. Não ter receio de falar sobre dinheiro pode ser um bom começo para colocar a educação financeira em prática dentro de casa.

Por fim, ter objetivos é essencial para se manter motivado. "As pequenas conquistas de curto prazo podem servir como incentivo para alcançar as metas consideradas de longo prazo. A educação financeira é uma ferramenta importante para a realização desses objetivos. O consumo consciente e responsável ajuda a proporcionar prazeres no presente e a viabilizar a segurança financeira para o futuro", finaliza Salim.