Empresários da construção civil estão confiantes em recuperação da economia, diz pesquisa

Segundo dados do Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção, empreendedores esperam que setor cresça nos próximos meses


Depois de duas quedas seguidas, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI-Construção), que mede a disposição dos empreendedores do setor da construção civil, subiu para 51,8 pontos em agosto, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O indicador foi 2,9 pontos superior ao de julho, o que representa a passagem da linha dos 50 pontos, que marca a divisão entre confiança e falta de confiança na área.

A média histórica é de 52,9 pontos e, neste ano, ela já tinha chegado aos 53,8 pontos em maio, antes da paralisação dos caminhoneiros pelo país. Nos meses anteriores, ela não passou dos 48,9 pontos.

Para a CNI, mesmo com as incertezas políticas e os efeitos da tabela do frete mínimo elaborada pelo governo após os atos dos caminhoneiros, a confiança tende a crescer nos meses seguintes.

O indicador de expectativas subiu para 55,3 pontos em agosto, o que significa otimismo para os próximos seis meses. O índice de condições atuais, que ficou em 45 pontos, continua abaixo da linha dos 50 pontos, indicando que os empresários estão pessimistas em relação à situação atual do setor. Os demais indicadores de expectativa também subiram e ficaram acima dos 50 pontos em agosto.

"Isso mostra que os empresários esperam o crescimento do nível de atividade, de novos empreendimentos e serviços, da compra de matérias-primas e do número de empregados nos próximos seis meses", diz a CNI.

O CEO da Brasil Brokers, Claudio Hermolin, afirma que já vê essa recuperação acontecendo na área imobiliária de Niterói, seu maior mercado. "A cidade sempre foi atrativa para o mercado imobiliário pelo alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e pela localização privilegiada, próxima tanto do Rio quanto da região de Maricá, São Gonçalo e Itaboraí, que tem um desenvolvimento econômico promissor", disse.

"Mas a crise econômica e a do petróleo (para as cidades que recebem royalties) fizeram os valores dos imóveis despencarem. O que se vendeu ao longo desses últimos dois anos foram estoques. Mesmo assim, o desempenho foi positivo no ano passado, apesar de ainda tímido. Isso abre espaço para que venha uma nova safra de lançamentos este ano. A crise no Rio faz com que Niterói fique mais atrativa", completa.

O ministro das Cidades, Alexandre Baldy, disse no final de setembro que a retomada do crescimento do setor imobiliário depende de medidas que possam alavancar a economia, gerando renda para que as famílias possam financiar os seus imóveis. Ele ainda afirmou acreditar que outras ações fundamentais para resgatar o crescimento econômico são o ajuste fiscal e a aprovação da reforma da Previdência.

Mesmo com a melhora nos indicadores de expectativa, o setor continua enfrentando dificuldades para se recuperar. Ainda que o ritmo de queda tenha diminuído, o nível de atividade e de emprego no setor continua caindo. O indicador de nível de atividade ficou em 48 pontos e o de número de empregados foi 46,2 pontos em julho. Os dois índices variam de zero a 100 pontos e, quando estão abaixo dos 50 pontos, indicam queda na atividade e no emprego.