O mercado floricultor brasileiro, aos poucos, se recupera da crise econômica que assolou o país nos últimos anos. Em 2017, o setor faturou mais de R$ 7,2 milhões, acima dos R$ 6,6 milhões de 2016, de acordo com o Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura). A cidade de Holambra, no interior de São Paulo, continua sendo um dos maiores polos produtores de flores, correspondendo a quase metade da produção e comercialização nacional de flores e plantas ornamentais, ou seja, aquelas flores que são cultivadas com o intuito de decorar os ambientes e jardins.
A profissionalização do setor é um fenômeno recente no Brasil. Hoje o país está entre os 15 maiores produtores do mundo, mas a tendência é ficar entre os 10 maiores em alguns anos. Há muito mercado a se conquistar. Para se ter uma ideia, o brasileiro gasta, em média, R$ 26,50 com flores por ano. Esse número, na Europa, é de R$ 150.
Apesar de a verba de marketing para promover o setor ser baixa, o Brasil já conquistou números expressivos. O país tem cerca de 8 mil produtores de flores e plantas. Juntos, eles cultivam mais de 350 espécies com cerca de 3 mil variedades. O mercado floricultor é responsável por 199.100 empregos, sendo 78.700 relativos a produção, 8.400 à distribuição, 105.500 ao varejo e 6.500 a outras funções.
As principais espécies de flores de corte cultivadas no país são rosas, crisântemos, astromélias, lírios e lisiantos. Já no caso de plantas em vaso lideram as orquídeas, com larga vantagem, seguidas por kalanchoe, crisântemos e antúrios. O maior estado produtor é São Paulo, e, consequentemente, onde mais se emprega mão de obra familiar. No Paraná, as floriculturas de Curitiba
também são abastecidas por pequenos cultivos caseiros.
Em relação ao comportamento do consumidor frente à crise, o Ibraflor esclarece que ele variou conforme a classe social. A classe A continuou consumindo normalmente; a classe B é mais cautelosa na sua compra, gasta um pouco menos ou não repete a compra toda semana; A classe C compra menos vezes e compra vasos menores; e a classe D, por sua vez, só compra em datas especiais.
A expectativa para 2018 é a melhor possível. Kees Schoenmaker, presidente do Ibraflor, acredita que este ano vai superar os anos anteriores, por causa da melhora dos indicadores econômicos. O Instituto, no entanto, expressa preocupação com alguns fatores, como reforma tributária, desemprego e o cenário de eleições, que podem influenciar a economia positiva e negativamente.
Mercado de grama legal
A área de produção de grama legalizada, de acordo com a Associação Nacional de Grama Legal, é de 25 mil hectares. Os estados de São Paulo e Paraná são os principais polos, com um faturamento estimado de R$ 500 milhões. São 700 produtores inscritos no Renasem (Registro Nacional de Sementes e Mudas), aptos a cultivar nessas áreas, que devem respeitar a legislação ambiental e critérios específicos para o cultivo dessas gramas.