Mesmo com crise, produção de flores gera 200 mil empregos no Brasil

Avanço das vendas pode corresponder a cinco vezes à evolução do Produto Interno Bruto em 2018


O país passou por uma forte crise econômica desde 2014 e se recupera lentamente. O mercado floricultor também foi impactado por esse cenário, mas menos do que outros setores. A produção de flores no Brasil gera 200 mil empregos diretos e indiretos no cultivo ou na produção de bens associados à cultura das flores. Floriculturas de todo o país se beneficiam com esses resultados, tanto por causa das vendas quanto por causa da geração de empregos.

Hoje, o Brasil produz mais de 300 espécies de flores. Para fazer essa produção, utiliza-se a tecnologia para aumentar a produtividade e otimizar os processos. Inovação é a palavra que move o setor, juntamente com a ampliação dos canais de venda. Em 2018, a previsão é de que o faturamento seja de 7 a 8% a mais do que em 2017. As vendas ao consumidor final, se esse resultado se concretizar, chegarão a R$ 8 milhões.

De acordo com o Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura), a estimativa é que o avanço das vendas em 2018 corresponda a cinco vezes à evolução do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com previsão de crescimento de 1,5%. Os números poderiam ser ainda melhores, caso a economia estivesse em um bom momento. Mesmo assim, as previsões são positivas e procuram manter a trajetória ascendente dos últimos seis anos, que colocou o Brasil entre os 15 maiores produtores de flores do mundo.

Além da tecnologia e inovação empregada no cultivo, o setor investiu pesado em logística e produção como forma de fortalecer o setor. Em São Paulo, na cidade de Holambra, que detém 45% do mercado de flores do Brasil, a média de crescimento pode ser ainda maior do que a projeção nacional. Lá, o faturamento pode crescer de 10 a 11%, de acordo com o tipo de produto. Nesse polo produtor, 90% das produções são realizadas em estufas. Com isso, todas as variedades de flores podem ser produzidas durante todo o ano.

Já o nordeste é responsável pela maior produção de rosas do país. Abastecendo principalmente as floriculturas das capitais Fortaleza e Teresina, Serra Grande é uma das maiores fazendas que cultivam essa espécie.

De acordo com o Ibraflor, a crise atingiu o setor, mas em menor escala. Em relação à compra de flores por classe social, foi possível observar que os consumidores da classe A mantiveram o volume de compras; a classe B continua comprando em um ritmo menor do que antes; a classe C compra menos vezes e prefere vasos menores; e a classe D só consome flores em datas especiais.