Preço de carros usados mantém queda, com recorde de vendas em agosto

Modelos têm sido buscados cada vez mais por consumidores


Os preços dos carros usados aumentaram muito nos últimos dois anos. Principalmente em 2021, quando o segmento registrou alta de até 24%. Mas, para alívio do consumidor e das concessionárias, o mercado começa a se estabilizar. De acordo com dados da FENAUTO (Federação Nacional dos Revendedores de Veículos), o valor médio dos veículos usados caiu 7,5% entre abril e junho.

Com essa redução, a busca por esse segmento aumentou. Agosto foi o mês que mais registrou vendas neste ano. Ao todo, foram 968 mil automóveis negociados. Isso representou alta de 10,9%, em comparação com julho de 2021. É o que aponta um estudo realizado pela FENABRAVE (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Outro dado importante é que a FENAUTO identificou qual é a prioridade dos consumidores na hora de comprar o próprio carro. Quase metade das vendas, totalizando 470.845 unidades, tinha 13 anos ou mais. Ou seja, os brasileiros estão deixando de lado os carros mais novos e buscando aqueles que têm o menor valor.

Os veículos seminovos (com até 4 anos de uso) registraram uma leve queda em agosto: 0,89%. Os carros novos também tiveram uma diminuição ligeira no valor: 0,14%. Os números são do Monitor de Variação de Preço, da KBB Brasil.

É possível justificar a redução nos preços dos veículos usados com alguns fatores. Em primeiro lugar, hoje está mais fácil comprar um modelo novo do que no ano passado. Isso porque a falta de componentes que foi enfrentada pelas fabricantes agora está controlada.

Outra explicação é apontada por alguns especialistas: o consumidor desiste de acompanhar a alta dos preços, o que desmotiva a sua intenção de compra, decidindo-se não adquirir nenhum modelo. Para se ter uma ideia, um levantamento da Serasa, em parceria com a Opinion Box, apontou que a renda de 34% da população foi reduzida após os dois anos de pandemia do coronavírus. Isso sem contar a perda do poder de compra, causada também pela inflação.

E o cenário pode se intensificar ainda mais. Desde maio, a participação do setor de locação nas compras dos veículos aumentou bastante, chegando a 32% do que foi vendido em julho. Essas empresas compraram mais de 220 mil veículos. Isso pode significar que as locadoras vão colocar os automóveis à venda, e certamente será com um preço muito atrativo. Com um número expressivo de carros seminovos chegando no mercado, é natural que os preços diminuam ainda mais.