Produtos industrializados perdem participação no mercado externo

As exportações de manufaturados têm sido beneficiadas pela alta do dólar, que subiu 21,9% de janeiro a setembro


Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), os produtos industrializados continuam a perder participação nas vendas externas brasileiras. O levantamento apontou que, apesar da recuperação significativa das exportações nos últimos anos, a fatia dos manufaturados nas exportações caiu de 36% nos nove primeiros meses de 2017 para 35,2% no mesmo período deste ano.

A venda de bens industrializados acumula, em valores absolutos, alta de 6,8% nos nove primeiros meses do ano na comparação com os mesmos meses de 2017, totalizando US$ 63,244 bilhões, o que corresponde ao maior valor para o período desde 2013. As vendas de produtos básicos, no entanto, têm apresentado melhor desempenho neste ano, reduzindo o peso dos manufaturados na balança comercial.

De acordo com o ministério, as exportações de produtos básicos foram beneficiadas pela alta da cotação internacional do petróleo e da soja e saltaram 15,7% nos nove primeiros meses do ano. A participação dos bens primários nas exportações totais subiu de 47,6% de janeiro a setembro do ano passado para 50,4% nos mesmos meses de 2018.

Câmbio - As exportações de manufaturados têm sido beneficiadas pela alta do dólar, que subiu 21,9% de janeiro a setembro. O câmbio torna mais competitivas as vendas de produtos industrializados, enquanto as exportações de commodities (bens primários) dependem mais das cotações internacionais de minérios e de produtos agropecuários.

Desempenho - Concentrado em cinco produtos, o bom desempenho das exportações de manufaturados em 2018 teve a maior alta, de 353%, registrada nas vendas de plataformas para extração de petróleo na comparação entre os nove primeiros meses de 2018 e os mesmos meses do ano passado. Em seguida, vêm partes de motores e turbinas para aeronaves (101,2%), óleos combustíveis (70,2%), motores para veículos e partes (24,7%) e máquinas para terraplanagem (22,9%).