Tarifas portuárias encarecem custo da produção e prejudicam a exportação, aponta CNI

Tarifas dos terminais portuários e aeroportuários são apontadas por 51,8% das empresas como problema "crítico"


Exportadoras reclamam da dificuldade em oferecer preços competitivos na disputa com outros paísesExportadoras reclamam da dificuldade em oferecer preços competitivos na disputa com outros países (Foto : AgoraVale)A pesquisa Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras, divulgada hoje (3) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que as tarifas cobradas em portos e aeroportos do país são um obstáculo às exportações. Mais da metade das empresas exportadoras brasileiras consideram que as tarifas cobradas em portos e aeroportos representam um problema consideravelmente prejudicial à venda de bens e serviços para o exterior.

O levantamento foi realizado ouvindo 589 empresas exportadoras. Nas entrevistas, o segundo item mais crítico apontado pelas companhias é a dificuldade de oferecer preços competitivos na disputa com outros países. A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) entre outubro de 2017 e março deste ano.

A maioria das empresas ouvidas atua no comércio exterior há mais de dez anos. Os Estados Unidos continuam sendo considerados os parceiros mais atrativos para a realização de acordos comerciais, seguido pela União Europeia e pelo México. Já no que diz respeito aos maiores destinatários das exportações, a Argentina aparece logo após o mercado americano no interesse dos empresários brasileiros em estreitar os laços comerciais.

"De um lado, o governo precisa enfrentar problemas estruturais do Brasil, por meio de reformas. De outro, as empresas precisam investir em produtividade e inovação", afirmou Carlos Eduardo Abijaod, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI. Segundo ele,  problemas internos e estruturais ficaram mais claros no estudo deste ano, já que o câmbio está mais favorável às exportações.

Problemas críticos - As tarifas dos terminais portuários e aeroportuários são apontadas por 51,8% das empresas como problema "crítico" ou que "impacta muito" no dia a dia da exportação dos negócios. Dentre os entraves mercadológicos, o encarecimento do custo da produção, que impede a oferta de preços mais competitivos, é apontado por 43,4% das entrevistadas.

Em terceiro lugar, o resultado da pesquisa  vem o nível de criticidade (41,9%). Aparecem as taxas cobradas por órgãos anuentes, fiscalizadores e intervenientes, como a Receita Federal, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em quarto e quinto lugar vêm, respectivamente, o custo do transporte doméstico entre a empresa e o lugar de saída do país (41%), e a baixa capacidade governamental para a superação de obstáculos internos (39.4%).

Em seguida vem uma série de barreiras da chamada "segurança jurídica", como o excesso de burocracia, normas conflituosas e demora na fiscalização e despacho das mercadorias.

A alta quantidade de tributos que incidem sobre a exportação aparece na 12ª posição no ranking de entraves, sendo que os principais são o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).


Com informações da Agência Brasil