Só no ano passado foram retomados cerca de 90 mil imóveis pelos bancos por falta de pagamento. Desses, cerca de 60% são oferecidos com descontos entre 30 e 50%. Como os valores são muito abaixo do preço de mercado, se tornam uma alternativa atraente para quem está buscando uma casa própria.
Esses imóveis geralmente passam por um processo judicial para desapropriar o antigo morador. A medida radical acontece em algumas situações. A mais comum é quando foi feita uma alienação fiduciária -- neste caso, o imóvel financiado pode ser tomado pelos bancos depois de três prestações em atraso.
As instituições financeiras também facilitam a aquisição, com a possibilidade de parcelamento e juros menores. Tudo por causa do elevado estoque. Os bens recuperados pelas cinco maiores instituições financeiras do país -- Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal -- somaram R$ 18,7 bilhões em valor de mercado.
Um dos mais tradicionais é o leilão Bradesco, que realiza pelo menos um leilão a cada 15 dias, com desconto médio de 30% e condição especial de 10% a menos para quem paga à vista. Mas todas as outras instituições oferecem condições parecidas e leiloam com frequência os imóveis retomados. O Banco do Brasil, por exemplo, faz leilões com descontos entre 30 e 50%, com valor que gira em torno de R$ 100 mil.
Mas toda essa facilidade tem um custo. Os imóveis desapropriados passam por processos judiciais que podem levar 180 dias. Portanto, além do lance do imóvel, você precisa levar em consideração os custos jurídicos com a operação. Essa modalidade de leilão não é a mais recomendada para iniciantes, a não ser que tenham suporte de outros profissionais.
Outra questão para se levar em conta é o fato dos imóveis em leilão não poderem ser visitados. É possível apenas estar ciente sobre as condições da casa ou do apartamento no edital. Portanto, você pode se deparar com um local que precise de reformas. É mais um motivo para colocar isso na conta de despesas.