Correios entregaram 97% das encomendas no prazo em 2019

Com investimentos nos últimos anos, auditoria do TCU verifica melhora na gestão


O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou uma auditoria para fiscalizar os serviços prestados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e verificou que o Índice de Entrega no Prazo foi de 97% em 2019. No mesmo ano, o número de reclamações caiu pela metade, com 4.868 registros no Procon. Agora, a entidade ocupa a sexta posição de melhor entrega "prime" -- entregas que possuem até 2 kg, de forma global. 

A relatora do processo foi a ministra Ana Arraes e a auditoria foi originada por meio da Solicitação do Congresso Nacional (SCN), pedida pela Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara dos Deputados.

No entanto, antes da melhora, o índice de reclamações seguiu em progressão desde 2009 e, em 2018, chegou ao número de dez mil. Na metade de 2018, porém, os registros nas unidades do Procon tiveram queda e as melhorias na gestão foram percebidas na auditoria.

De acordo com o TCU, há diversos fatores para a diminuição no número de reclamações e da eficácia na entrega, como o investimento de R$ 600 milhões na entidade. A ministra Ana Arraes exemplifica que, com a verba, foi possível aumentar a quantidade de máquinas de triagem, renovar em mais de 30% a frota para a entrega dos objetos, implantar sistemas de gerenciamento e modernizar a forma de entrega, usando a tecnologia para deixá-la mais "ágil, eficiente e confiável".

Ainda assim, mesmo com os lucros obtidos neste período em que teve a melhora, não foi possível recompor o saldo que o mau desempenho de anos anteriores deixou. De acordo com as Demonstrações Contábeis disponibilizadas pelos Correios, os prejuízos foram acumulados de 2014 a 2018 e, no último ano em que foi registrado, a dívida era de R$ 2,5 bilhões. 

Auditorias do TCU

O órgão foi criado com base no que previa a Constituição Federal. Nela, o inciso IV do art. 71 determina que é dever do TCU "realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário [...]".

Também devem ser fiscalizados administradores, públicos ou privados, de bens, dinheiro e valores públicos, como sociedades e fundações mantidas pelo poder público. As fiscalizações têm o papel de suprir eventuais lacunas e problemas de comunicação, além de fazer sugestões de melhorias aos gestores de órgãos e entidades.

O tribunal realiza, em média, 850 fiscalizações por ano. Esse trabalho é realizado pelos profissionais do órgão, aprovados no concurso TCU, e que possuem as qualificações necessárias para os cargos.