Governo de São Paulo vai facilitar compra de motos para o trabalho

Estima-se que 25 mil motofretistas serão beneficiados com o programa


Com a pandemia do novo coronavírus, viu-se a necessidade dos serviços de delivery. Desde março, os números de novos usuários ou clientes frequentes têm aumentado gradativamente. Uma pesquisa realizada pela OnYou em abril aponta que pelo menos 29% dos consumidores passaram a fazer compras por aplicativos.

Hoje, o serviço de entregas é responsável pela renda total de boa parte dos trabalhadores brasileiros, que transportam os alimentos de bicicleta ou moto. Dados recolhidos pela BBC News Brasil, com base nos números divulgados pelo IBGE, indicam que os entregadores recebem uma remuneração não equivalente ao transporte que utilizam. Eles são cerca de 42 mil trabalhadores, com ensino superior completo, o que representa 0,15% dos brasileiros que possuem graduação ou pós-graduação, e trabalham no setor porque perderam a fonte principal de renda.

Boa parte desses entregadores realiza o trabalho em bicicletas, o que deixa o serviço ainda mais difícil: muitas vezes, os entregadores percorrem longas distâncias em terrenos irregulares, debaixo do Sol quente. Nesses casos, quem trabalha de moto tem vantagem.

No entanto, apenas o uso da bicicleta ou da moto não garante segurança. Uma pesquisa realizada pela Rede Lucy Montoro aponta que quase 60% das vítimas de trânsito com sequelas são motociclistas, o que corresponde a um número quatro vezes maior do que os acidentes com carros. Para as bicicletas, o cenário também é perigoso: de 2019 para 2020, houve um aumento de 45% de acidentes com ciclistas.

Em decorrência da necessidade e do incentivo ao mercado, o governo de SP pretende facilitar a compra de motos com o programa "Motofretista Seguro". A ideia é deixar os preços de motos novas mais acessíveis, reduzir o número de acidentes, adequar os motofretistas para exercício da atividade e facilitar o deslocamento dos entregadores.

Além do crédito, o projeto também promoverá capacitação e regularização dos documentos, tanto do condutor, quanto do veículo. E mais: o programa fornecerá auxílio na obtenção de linhas especiais de crédito para troca de veículo ou compra de novos equipamentos de segurança, como capacetes e luvas. 

Para o pagamento, o governo fornecerá uma linha de crédito, via Banco do Povo Paulista e SEBRAE. O valor máximo para aquisição de uma moto é de R$ 8.100,00, e, para os equipamentos, R$ 3.100,00. 

A estimativa do governo de SP é favorecer cerca de 25 mil motofretistas. Para participar do programa, basta preencher os requisitos, cadastrar-se no programa e iniciar o curso de formação, criado pelo Detran. Os requisitos para participar do programa são:

  • ter no mínimo 21 anos;

  • ter habilitação tipo A;

  • exercer atividade remunerada.

Para além do programa

Outras formas eficientes para conseguir uma moto nova são recorrer a feiras de "saldão", que acontecem com frequência, e acompanhar os preços das concessionárias. Uma maneira de conseguir preços baixos em bons veículos é ficar de olho em algum leilão de motos: muitas vezes, as empresas anunciam modelos novos ou seminovos por preços bem abaixo do mercado.