A cada dia se observa no Brasil, e na maior parte do mundo, um aumento de uma preocupação já elevada com os impactos do Coronavírus na saúde e na economia mundial e nacional. O Sincovat (Sindicato do Comércio Varejista de Taubaté e região) apresenta alguns impactos que essa crise poderá causar no varejo.
1- Recuo na projeção positiva de vendas
As projeções para 2020 era que o varejo pudesse crescer em vendas em torno de 5% na comparação ao ano passado. Com uma economia mais incerta, arrefecida e sentindo diariamente os impactos negativos da Covid-19, a tendência é possuímos uma evolução do faturamento mais tímida no atual ano. É o mesmo movimento do nosso (PIB) Produto Interno Bruto.
2- Menor fluxo de consumo
A realidade de redução nas vendas no varejo é resultado, em boa parte, devido a diminuição do fluxo populacional nas lojas. O receio, correto, por aglomerações afeta diretamente as vendas de shoppings, centros comerciais, corredores comerciais e alguns outros estabelecimentos. E mais que isso, pessoas em casa (muitas em regime home office de trabalho) significam diminuição do consumo não planejado, daqueles consumidores que no dia a dia passam pelos supermercados ou lojas a caminho de casa, do trabalho ou a passeio. Isso pode, caso agravado o cenário atual, impactar atividades de vestuário, calçados, acessórios pessoais e setor de alimentação, inclusive os serviços de alimentação.
3- Direcionamento dos clientes as atividades de bens essenciais
Um dos movimentos mais comuns e importantes do consumo em período de crise é o direcionamento do orçamento familiar às atividades que comercializam bens essenciais. Estamos falando de alimentos e medicamentos, isto é, setor supermercadista (inclusive substituindo restaurantes) e farmácias. E isso é ainda mais latente numa crise de saúde.
Este cenário ocorre em detrimento ao varejo de bens duráveis (eletrodomésticos, automóveis, móveis e materiais de construção), que são postergados devido também ao valor de mercado e pela necessidade de crédito para aquisição, e de outros grupos de atividades consideradas não essenciais como vestuário, tecido e calçados.
4- Desabastecimento de mercadorias
A situação citada pode ocorrer de duas formas. A primeira é se o portfólio da loja varejista for de produtos chineses ou proveniente de insumos chineses. Sabe-se que o primeiro pico da epidemia foi no território sino, portanto o comércio internacional daquela economia com o mundo segue bastante prejudicado ou quase nulo. E isso está valendo para outras economias atualmente.
Outro ponto de atenção se dá a praticamente qualquer mercadoria advinda no mercado externo, dado que o dólar bateu os R$ 5,00, quaisquer mercadorias de fora do país possuem valor muito elevado e, por isso, com possibilidade de falta ou que ao menos tornem as operações da loja com custo mais elevado.
5- Avanço das vendas online e entregas
Considerando que uma das principais orientações para estancamento a epidemia do Coronavírus é redução de descolamentos populacionais e até isolamento em alguns casos, o consumo deve migrar em sua parte para os domicílios. Neste sentido, uma boa oportunidade para o varejista é o investimento às vendas online ou até mesmo a realização de entregas locais para condicionar a necessidade e responsabilidade de saúde pública, em comodidade e novas oportunidades. Sendo que os cuidados de saúde pessoal continuam essenciais.
Os pontos citados acima são apenas algumas tendências rotineiras que devemos observar do mercado e dos hábitos dos consumidores em uma realidade talvez sem precedentes da saúde e economia mundial. São análises ainda superficiais, dado que não entendemos de forma certeira o tamanho e a profundidade que a atual crise possui. Por mais que se projete algo grave, que está no seu princípio e que, por isso, necessita de planejamento e informações perenes para avaliação de cenários e tomada decisões. É momento de preocupação? Sim. De planejamento para tentar ultrapassá-lo? Sem dúvidas.